Juliano Borges afirmou que o réu não conhecia Érica Guilherme e que durante uma crise psicológica, cometeu latrocínio
De acordo com o advogado, a defesa sustentará a tese de crime semi-imputável
Alex Pelicer
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O latrocínio cometido no ano passado retornou à imprensa recentemente. A Justiça de Cardoso marcou o julgamento de Wilson Aparecido Rodrigues para o dia 4 de fevereiro. Em entrevista ao jornal A Cidade, Juliano Severiano Borges, advogado do acusado, apontou qual será sua tese no Fórum: de que Wilson teria praticado o crime em um momento de transtorno.
O réu é acusado de sequestrar e matar Érica Diogo de Oliveira Guilherme, de 33 anos, em dezembro do ano passado, em Cardoso.
De acordo com o advogado, a defesa sustentará a tese de crime semi-imputável, ou seja, indivíduo que, embora aparentemente são, não tem plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse entendimento.
“Já foi atestado, inclusive por laudos médicos, que ele sofre deste transtorno. Ele possui um tipo de perturbação. Essas crises vão e voltam. Na hora em que ele agiu contra a vítima, provavelmente estava sofrendo estes transtornos. Por isso vamos pedir um tratamento diferenciado, um acompanhamento ambulatorial caso ele seja condenado”, explicou o advogado.
Família
Ainda segundo Juliano, a família sabia do estado psicológico de Wilson. Seu cliente, inclusive, teria começado um tratamento para melhorar estes lapsos. “A família sabia. Ele chegou a fazer tratamentos, mas quando o crime aconteceu, havia abandonado”, completou.
Aleatória
Na época do crime, o que muita gente questionou foi se o autor conhecia Érica Diogo. Borges explicou que o crime não foi premeditado e a vítima foi escolhida de forma aleatória.
“Ele não tinha nenhum grau de contato com a vítima. E durante uma crise, ele resolveu agir. A justificativa do crime semi-imputável é justamente por isso. Diante da situação onde ele tinha roubado algumas folhas de cheque (crime de menor gravidade), para acobertar, ele opta por matar a vítima na tentativa de esconder o roubo, segundo a denúncia”, disse o advogado.
Drogas
O advogado também afirmou que seu cliente não fazia o uso de entorpecentes. “Não, até onde tenho conhecimento e também os laudos não compravam que ele fazia o uso de qualquer substância ilícita”, disse.
Segundo Borges, Wilson permanece detido em um presídio na cidade de Taubaté-SP. Quando estava preso em Votuporanga, o réu tentou cometer suicídio duas vezes e por precaução foi transferido para aquela unidade, que mantém detentos com problemas psiquiátricos.
O crime
No dia 20 de dezembro de 2012, Érica Diogo de Oliveira Guilherme, de 33 anos, saiu para fazer compras em um supermercado de Votuporanga. Érica teria ido comprar uma cesta de Natal no dia. Quando ela já deixava o estabelecimento, foi abordada no estacionamento.
No dia seguinte, policiais civis e militares realizaram buscas pela cidade e região, procurando informações sobre o paradeiro da vítima. No dia 22 de dezembro, por volta das 17 horas, o corpo foi localizado próximo ao córrego Tomaizinho, na rodovia que liga Cardoso a Riolândia.
O inquérito policial aponta Wilson Aparecido Rodrigues como o possível autor do crime. Ele é acusado por latrocínio - roubo seguido de morte - e ocultação de cadáver.