Empresário estava na Cadeia de Votuporanga e foi liberado ontem; enquanto isso, interventor das empresas se reunia no Fórum
Alex Pelicer
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Olívio Scamatti, acusado de ser o chefe da Máfia do Asfalto, conseguiu novo habeas corpus do Tribunal de Justiça de São Paulo e foi liberado na tarde de ontem da Cadeia de Votuporanga. O empresário estava preso desde o dia 12 deste mês. Na manhã do dia 13, ele foi transferido de Jales para a Cadeia Pública local, onde permaneceu até ontem.
Depois de passar 30 dias em liberdade, Scamatti foi detido novamente no dia 12, em Votuporanga, por equipes da Polícia Federal de Jales. A determinação partiu da 1ª Vara Criminal de Fernandópolis, expedida pelo juiz Evandro Pelarin.
O empresário, que é proprietário de firmas que atuam no ramo da construção civil e pavimentação asfáltica no Estado, estava em liberdade, beneficiado por um habeas corpus concedido após sua prisão na deflagração da Operação Fratelli.
Segundo investigações da PF, no final de setembro, dois imóveis, em nome do empresário e que estariam bloqueados pela justiça, teriam sido usados no pagamento de uma dívida de um dos empreendimentos de Olívio.
Em razão do descumprimento de regras estabelecidas para a concessão do habeas corpus, foi expedido um novo pedido de prisão temporária, que foi cumprido na semana passada.
De acordo com o empresário, a prisão foi equivocada já que os bens não estavam bloqueados quando houve a transação.
Reunião em Fernandópolis
Na tarde de ontem, o interventor que cuida das empresas do empresário esteve com autoridades no Fórum de Fernandópolis. Ele prestou contas ao juiz que cuida do caso, Evandro Pelarin, e ao promotor do Gaeco, Evandro Ornelas Leal.
O interventor apontou problemas para a continuidade de obras executadas pela empresa. Ele disse que a Caixa Econômica Federal não tem efetuado o pagamento dos serviços, o que está inviabilizando o término de conjuntos habitacionais. Advogados do banco se comprometeram em apresentar documentos do Ministério das Cidades com a orientação de bloquear os pagamentos para as empresas.
O promotor Evandro Ornelas Leal disse que não há nenhuma determinação do Gaeco para suspender estes pagamentos. Ao todo, R$ 20 milhões entre imóveis, carros e contas bancárias foram bloqueados pela Justiça em abril deste ano durante a Operação Fratelli, mas verbas públicas deveriam continuar sendo encaminhadas para os contratos.