Crime aconteceu em dezembro de 2012, quando Washington da Silva Sousa executou com três tiros Ricardo Ruiz
Alex Pelicer
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Washington da Silva Sousa foi condenado a 21 anos de prisão, sendo 18 anos por homicídio e três por porte de arma de fogo, acusado de matar a tiros Ricardo J. da Silva Ruiz, em dezembro de 2012. A sentença foi lida na tarde de ontem, pelo juiz Jorge Canil, no Fórum de Votuporanga. Além da pena, o réu também terá que pagar multa equivalente a 50 salários mínimos.
Em seu depoimento, Sousa confessou ser autor dos disparos que matou a vítima, no bairro Vila Nova. O acusado disse também que cometeu o crime em defesa de seu pai, que estava sendo ameaçado de morte por Ricardinho, por causa de uma dívida de droga.
“Estava cumprindo pena (por roubo a mão armada) em Riolândia, quando fiquei sabendo que meu pai vinha sofrendo ameaças por causa de uma dívida de R$3 mil. Conversei com Ricardinho e expliquei a situação, disse que estava para sair e pagaria ele” disse o réu.
Sousa estava cumprindo pena de oito anos por roubo a mão armada. Quando questionado sobre o crime anterior, ele justificou que foi uma ‘escapada’. “Fui me aventurar e ‘tomei desacerto’ – gíria de quando algo da errado – foi a única vez que pratiquei um crime” disse.
Depois de cumprir a pena, Sousa estava em liberdade há quarenta dias, quando executou Ricardinho. “Eu estava em liberdade, mas não tinha paz, sabia que ele queria matar meu pai. Em algumas situações, ele chegou agredi-lo. Sabia que Ricardinho era um matador sanguinário. Para garantir minha segurança, três dias antes do crime, comprei as duas armas por R$1,5 mil”.
Os tiros
Diferente da primeira versão contada por Washington ao delegado, - disse que havia chegado à casa da vítima, na garupa da motocicleta - diante do juiz, Sousa disse que estava passando próxima a casa de Ricardo, quando avistou o mesmo e resolveu conversar sobre a dívida. Afirmou que o crime não foi premeditado.
“Eu estava descendo a rua da casa dele [Ricardo] e avistei-o conversando com outro rapaz. Me aproximei e falei que queria negociar. Neste momento, ele fez um gesto brusco levando a mão na cintura, eu achei que ele estava armado. Então saquei a pistola e atirei contra ele” relatou o autor.
Após os disparos, Sousa fugiu em um mototáxi. Em seu depoimento, disse que não conhecia o motociclista e também não soube explicar sobre a fuga do mesmo, quando ambos foram abordados por policiais da Rocam (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas).
Arrependimento
Diante dos detalhes do crime relatado pelo autor, o juiz Jorge Canil questionou se ele tinha se arrependido. “Me arrependo com certeza. Se tivesse outra chance, faria diferente. Fiz a maior burrada da minha vida. Teria procurado a polícia e denunciado o Ricardinho. Assim, ele estaria preso e eu em liberdade, levando uma vida normal. Não tinha direito de matar ninguém. Este é um direito apenas de Deus”.
O crime
No dia 3 de dezembro 2012, por volta das 16h30, Sousa transitava pela rua Ercole Sereno, quando avistou Ruiz em frente de sua residência. Ao se aproximar, Washington teria efetuado uma série de disparos com duas armas, sendo um revólver calibre 38 e uma pistola ponto 45.
A vítima foi alvejada três vezes e chegou a ser socorrida pela Unidade de Suporte Avançado (USA) do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Socorristas realizaram manobras de ressuscitação no paciente, que foi encaminhado até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos.