Moradores do bairro evitam falar sobre o assunto, mas confessam que a presença de traficantes é frequente
Leidiane Sabino
leidiane@acidade.com.br
Silêncio, a comunidade do Pró-povo não fala sobre tráfico de drogas. É difícil encontrar alguém disposto a comentar as apreensões ocorridas recentemente no bairro. Eles dizem que não é medo, e sim respeito, por não serem prejudicados por vizinho nenhum. Na tarde de segunda-feira (16), às 14h10, a Polícia Militar de Votuporanga, durante patrulhamento pelas ruas Luiz Donizete Ghiotto e Antônio Galera Lopes, apreendeu 96 invólucros de crack, uma balança de precisão e quatro celulares. Também levaram presos dois rapazes, sendo um de 27 e outro de 37 anos.
Enquanto patrulhavam o local, os policiais encontraram um homem, o de 27 anos, no quintal de uma residência, em atitude suspeita. Ao perceber a aproximação da viatura, o rapaz fugiu para dentro da casa. A polícia o abordou quando tentava esconder um frasco de armazenar remédios contendo 74 invólucros envolvidos em plástico amarelo e branco, com uma substância aparentando ser crack.
Posteriormente, no quarto do homem de 37 anos, que foi submetido à busca pessoal, a polícia encontrou no bolso da sua calça um recipiente plástico contendo mais 22 invólucros da mesma substância, totalizando 96 invólucros.
Ainda na casa, foram encontrados quatro celulares e, na gaveta da mesa da cozinha, uma balança de precisão.
Questionados a respeito da droga, os dois confessaram que estavam comercializando no local. Eles, a droga e os produtos, foram apresentados na DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), onde o delegado responsável ratificou o auto de prisão em flagrante delito pelas infrações dos artigos 33 e 35 da lei 11-343/06 (Tráfico de Drogas e Associação).
Posteriormente, os dois foram recolhidos na cadeia pública, onde permanecerão à disposição da Justiça.
A comercialização acontecia em frente à uma escola municipal de educação infantil.
Moradores convivem com o tráfico
Os moradores do bairro evitam falar sobre o assunto, mas confessaram que a presença dos policiais é constante no bairro e do tráfico de drogas também. “Para nós, que moramos aqui, é tranquilo. Os traficantes não interferem na nossa vida. Não fazem mal para nós. Também não temos problemas com roubos e assaltos”, falou uma moradora. Ela contou ainda que eles cumprimentam e conversam com todo mundo. Também não tem medo que os filhos envolvam-se com o tráfico. “Eles são bem diferentes; meus filhos têm cabeça boa e andam com outros amigos”.
O bairro tem também muita movimentação de jovens durante o dia, provavelmente desempregados.
“O tráfico é uma realidade, que nós adultos convivemos e as crianças também. Porém, todos vivem em harmonia, ninguém prejudica ninguém. Além disso, eles (os traficantes) protegem nosso bairro”, disse outra moradora.
Outro caso
Prisão
Também no Pró-povo, a Polícia Militar de Votuporanga efetuou na tarde do último domingo a prisão de um rapaz de 24 anos, que foi surpreendido com 69 cápsulas de maconha e crack.
No plantão policial, os policiais militares Modesto e Rodrigo, informaram que efetuavam patrulhamento de rotina pelo bairro, mais precisamente na rua Marcelino Pires Bueno, quando avistaram o indivíduo, de 24 anos, morador na rua Rio Colorado, em atitude suspeita levando com ele algum objeto sobre a camisa.
Porém, ao avistar a presença dos policiais, ele teria tentado fugir. Como os policiais já tinham a informação de que ele estaria praticando tráfico de drogas na região, o indivíduo foi abordado. Na revista policial foi localizado em poder do rapaz uma sacola plástica contendo 69 cápsulas com uma substância aparentando ser maconha e mais um pacote com um pedaço grande de crack. Ele também portava dez reais em dinheiro e uma balança de precisão.
No local dos fatos, o suspeito recebeu voz de prisão por tráfico de entorpecentes. Todas as substâncias foram apreendidas e encaminhadas à pericia, e frente ao resultado positivo sobre a constatação de que realmente era droga, foi ratificada a prisão do suspeito, que foi imediatamente encaminhado à cadeia pública local.