Da Redação
O major da Polícia Militar Sandro Moretti Silva Andrade e um assaltante que mantinha reféns morreram na noite desta quarta-feira após tiroteio durante uma tentativa de assalto a uma loja de materiais de construção na zona sul de São Paulo. Moretti tinha 26 anos de farda e trabalhou em Votuporanga, onde assumiu o comando da 3ª Companhia da PM em 2002.
Engajado na inovação operacional do efetivo e com ampla bagagem profissional, o capitão Moretti, na época, repassou à tropa novas técnicas de abordagem de suspeitos, além de dividir com os policiais conhecimentos táticos para confrontos e gerenciamento de crise. Sandro também deixa sua colaboração à PM de Rio Preto, onde foi responsável pela implantação da Força Tática – a tropa de elite paulista.
O penúltimo posto dele na região antes de seguir para a Capital foi em Novo Horizonte. A dedicação fazia de Moretti um comandante operacional. Ou seja, atuava diretamente nas ruas. Coordenava a equipe pelo rádio da viatura. Era um dos poucos policiais paulistas credenciado pela Swat (equipe tática da polícia americana) e colecionava diplomas de outros treinamentos especiais.
O major e um soldado foram baleados quando um dos assaltantes, que fazia os funcionários da loja de reféns, disparou contra a polícia. O major, que estava sem colete a prova de balas, morreu. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o major foi um "herói". De acordo com o governador, a negociação seguiu "todos os protocolos" e eventuais falhas serão "apuradas".
"Ele é um herói, deu a vida e salvou os reféns", declarou Alckmin na manhã desta quinta-feira. Ele atribuiu a morte do assaltante e a do oficial à "violência dos bandidos em nossos dias". As mortes aconteceram em uma loja na estrada M'Boi Mirim, na zona sul de São Paulo.
A perícia chegou ao local por volta da uma hora e trabalhou durante toda a madrugada. De acordo com o tenente coronel Fernando Demétrio de Oliveira, o major baleado estava sem coletes porque não estava em horário de serviço. "Acredito que aconteceu uma fatalidade, mas os policias estavam voltados para fazer sua segurança, a segurança do próprio contraventor e daqueles que estavam como reféns", disse.
Em nota a Polícia Militar afirma que o major Sandro estava devidamente fardado para a função administrativa que executava, não sendo necessário o uso do colete balístico, que possui como carga pessoal. Ao se dirigir para a ocorrência não o utilizou conforme normas da Polícia Militar quanto ao uso de tal equipamento em situações de deslocamentos e atividades ostensivas. O enterro do major será hoje, em Nova Granada.