Da Redação
A polícia paulista vai propor aos bancos a retirada dos caixas eletrônicos de locais considerados perigosos. Os policiais vão analisar os 9 mil caixas do Estado. "Trata-se de um estudo inédito sobre a vulnerabilidade de cada caixa. Se ela for alta, vamos sugerir a retirada do caixa do lugar", afirmou o coronel Wagner Cesar Gomes Tavares Pinto, coordenador operacional da Polícia Militar. Ao todo, até setembro, foram registrados 727 ataques a caixas eletrônicos no Estado.
Bancos, Tecban, Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e as Polícias Civil e Militar montaram um grupo de análise dos ataques a caixas eletrônicos no começo do ano para analisar a situação dos caixas e aprimorar as ações contra os ladrões.
Em setembro, a polícia e os bancos registraram o menor número de casos de ataques a caixas na capital (três casos, uma queda de 94% em relação a fevereiro) e na Grande São Paulo do ano (dez crimes).
O interior também registrou uma queda em relação a agosto, quando ocorreu o recorde do ano na região. Foram 38 furtos e roubos contra 65 do mês anterior. "Reduzimos os casos e, na maioria dos ataques, os bandidos não conseguiram levar o dinheiro", afirmou o coronel.
Segundo ele, isso ocorreu em 59% dos casos registrados no Estado em setembro. Nos meses anteriores, os bandidos fracassavam em apenas 25% dos casos. De acordo com o coronel, além da prisão de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime - 48 criminosos foram presos, entre os quais 13 policiais militares -, o aumento do policiamento nas áreas mais visadas pelos bandidos contribuiu para a diminuição desse tipo de crime.
Carros. Com o controle da crise dos ataques aos caixas, a PM já resolveu qual será a sua próxima prioridade. "Vamos investir contra os roubos de carros", afirmou o coordenador operacional. O comando da corporação orientou todos os comandantes de área do Estado a planejar blitze contra esse tipo de crime.
60% menos
O número de ataques a caixas eletrônicos caiu 60% nos últimos sete meses no Estado. Em março, foram registrados 128 furtos e roubos a caixas eletrônicos. Em setembro, houve 51 casos – 77 a menos. Depois da capital, a primeira região a diminuir os ataques a caixas eletrônicos foi a Grande São Paulo. Em abril, os 38 municípios da região metropolitana registraram 38 ataques a caixas eletrônicos, contra 10 em setembro. Uma diminuição de 73,7%.
O interior só conseguiu reduzir os ataques a caixas eletrônicos em setembro. Em agosto, foi registrado o maior número de crimes desta modalidade no ano: 65 casos, que caíram para 38 em setembro, um recuo de 41,6%.
Com explosão
De agosto para setembro, houve redução dos ataques a caixas eletrônicos em todas as regiões do Estado. Na capital, o número de casos caiu de 16 para três. Na Grande São Paulo, diminuiu de 18 para 10 ataques a caixas eletrônicos. E no interior, de 65 para 38 casos.
Houve explosão dos caixas eletrônicos em 29,8% dos 727 casos registrados no Estado até setembro. Na maioria das vezes, os furtos foram praticados sem uso de explosivos, através de brocas, maçaricos e da retirada dos caixas. Houve 217 casos de explosão dos caixas e 510 com utilização de outros meios.
Tentativas não consumadas
Desde maio, a maioria dos ataques a caixas eletrônicos da rede Tecban (de caixas 24 horas) não tem compensado. São tentativas fracassadas de abertura dos caixas para retirada do dinheiro. De janeiro a abril, 73,6% dos ataques foram consumados. Em 26,4% dos casos, os criminosos conseguiram levar o dinheiro. De maio a setembro, houve uma inversão: 59,1% dos ataques não chegaram a ser consumados. Os casos consumados alcançaram 40,9% do total.