Parentes de Renato de Lima Justino apontam que crime ocorreu após discussão por suposto furto, com "Ditão Caminhoneiro"
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Foi enterrado ontem à tarde, no Cemitério Parque Jardim das Flores, o servente de pedreiro Renato de Lima Justino, de 23 anos, assassinado com pelo menos quatro tiros na noite da última quarta-feira, no Bairro São Cosme. No velório, familiares da vítima afirmaram que ele era usuário de entorpecentes e que um caminhoneiro, de 40 anos de idade, conhecido pelo apelido de "Ditão", teria cometido o homicídio após uma discussão no meio da rua, por causa de um suposto furto.
O corpo de Renato ficou exposto à visitação pública de parentes e amigos na residência dele, localizada na rua Guararapes, nº434, também no São Cosme. Segundo alguns dos parentes, toda a vizinhança sabe que Ditão foi o autor do crime, mas a fama de mau do indivíduo, que já cumpriu pena por homicídio, intimida o surgimento de testemunhas.
Em entrevista à reportagem do jornal A Cidade, um tio da vítima, o auxiliar Hélio Justino, de 38 anos, contou detalhes sobre o caso. Segundo Justino, Ditão e Renato já se conheciam, pois o caminhoneiro foi casado com uma prima de segundo grau da vítima.
Versão do tio
De acordo com o tio, apesar de ser trabalhador, exercendo a profissão de servente de pedreiro, Renato era usuário de drogas. Ele pode ter sido morto devido a um desacordo com outro indivíduo, de prenome "Alisson", casado com uma afilhada de Ditão.
O tio da vítima informou que no dia do crime, durante a tarde, Alisson foi até a casa de Renato e, como ele não estava, passou a dizer "palavrões" à mãe da vítima, Maria Aparecida, de 48 anos, afirmando ameaças de morte ao servente. O motivo seria a suspeita de Renato ter entrado na casa de Alisson para furtar objetos.
Ainda segundo a versão de Hélio Justino, quando Renato estava a caminho de casa, após ter trabalhado o dia todo, o jovem foi surpreendido por Alisson na frente da casa de Ditão. Após discutirem, Ditão teria entrado na conversa e agredido Renato com socos e chutes.
Em seguida, enquanto Renato tentava ir embora, Ditão teria buscado uma arma no interior da residência onde mora, na rua Anajás, e disparado vários tiros contra a vítima, atingindo cabeça, tórax e um braço.
Descrença na justiça
Como em qualquer velório, o clima foi de profunda tristeza e, nesse caso, de indignação. Questionado sobre como a família está encarando a situação, o tio da vítima afirmou que o clima é de desesperança e descrédito total na justiça. "Será que vai ter justiça? Duvido. Esse indivíduo que cometeu o crime sumiu e depois vai se apresentar com um advogado, podendo responder em liberdade. Nada será feito", afirmou o auxiliar Hélio Justino.
Nota de falecimento
Renato de Lima Justino tinha 23 anos e era solteiro. Deixa os pais Reinaldo Justino e Maria Aparecida de Lima Justino. Faleceu na quarta-feira, às 18h10, na Santa Casa de Votuporanga, Natural de Votuporanga, morava na rua Guararapes, 434 - São Cosme.
Era evangélico. Seu corpo ficou exposto à visitação pública de parentes e amigos em sua residência e foi sepultado às 16 horas de ontem no Cemitério Parque Jardim das Flores.