Jociano Garofolo
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Edson Luis Secato foi condenado ontem a 16 anos e meio de reclusão em regime
fechado por ser considerado culpado pela morte da jovem Ronize Correia Castrequini, ex namorada dele, em 1996. O julgamento durou cerca de 7 horas. A defesa do réu tentou em vão desqualificar acusação de homicídio duplamente qualificado para lesão corporal seguida de morte.
O veredicto foi dado pelo juiz Renato Soares de Melo Filho, que substituiu o titular Jorge Canil no julgamento. Segundo a carta de sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitivo e declarou o acusado culpado e o condenou a 16 anos e seis meses de reclusão cujo o cumprimento se iniciou imediatamente em regime fechado, sem poder recorrer em liberdade.
Os trabalhos começaram às 9 horas da manhã, na presença de familiares do réu e da vítima, estudantes de direito e dos 26 nomes para formar o Conselho de Sentença. Foram sorteados e aprovados pela defesa e pela acusação Luiz Augusto da Silva Garcia, Márcio Silvano de Souza, Isaías Alves da Silva, José Antônio Eusébio, Paulo Eduardo Mattos Stip, Sebastiana Ferreira Nobre de Carvalho e José Roberto Rendeiro. Assim, após a leitura da denúncia do Ministério Público, deu-se início ao julgamento.
O réu, Edson Secato respondeu perguntas do juiz, do promotor e dos advogados. Para a surpresa de todos, ele assumiu ter agredido a vítima. "Fui eu quem fez aquilo. Eu não lembro de detalhes de como foi. Fiquei cego. Começamos a discutir. Ela me deu um tapa. O objetivo da nossa conversa era reatar a relação, mas ela não quis. Depois que bati nela eu sai correndo", afirmou o réu.
O crime aconteceu em julho de 1996. Secato também deu detalhes dos momentos
seguintes, em que ele foi para casa e mais tarde foi à Santa Casa, para saber sobre o estado de Ronize. "Quando fiquei sabendo do estado de saúde dela decidi fugir. Fui para Cosmorama e depois para Rio Preto. Lá eu trabalhava em uma pizzaria, tenho três filhas", afirmou.
Ao fim do interrogatório, começou o debate entre as partes. O promotor João Alberto Pereira fez questão de mostrar aos jurados que o crime foi cometido com claros sinais de crueldade. Para a acusação, a brutalidade de Edson foi responsável pelos ferimentos que levaram a morte da jovem.
Já a defesa, tentou desqualificar a qualificação do crime. Ao invés de homicídio, foi proposto o julgamento por lesão corporal seguida de morte. Segundo a tese, a jovem foi brutalmente agredida sim, mas os laudos médicos comprovam que a morte dela ocorreu por pneumonia e por infecção hospitalar. Portando, para a acusação, Edson Secato não é reponsável pela morte de Ronize.
Mas o argumento não foi considerado. Por volta das 15 horas, o juiz Renato Soares de Melo Filho se reuniu com o Conselho de Sentença e uma hora depois foi anunciada a sentença. Após assinar os papéis, o réu foi encaminhado ao centro de detenção de São José do Rio Preto, onde começa a cumprir a pena.