Jociano Garofolo
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Os furtos de caminhonetes têm desafiado o setor policial de Votuporanga nos últimos meses. Ontem pela manhã, mais um veículo foi subtraído. Foi o décimo segundo furto efetuado com características semelhantes na cidade desde o dia 10 de setembro do ano passado.
O crime da vez ocorreu no período entre as 9 às 11 horas, em frente a um frigorífico, localizado às margens da rodovia Péricles Belini (SP-461). O proprietário disse a polícia que o veículo, uma GM Chevrolet D-10, com placas BLR-1966 de Álvares Florence, com carroceria feita de madeira, estacionada no local e que quando retornou, foi surpreendido ao constatar o furto.
O delegado João Donizeti Rossini da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Votuporanga falou sobre o assunto ontem pela manhã à reportagem do jornal A Cidade. Ainda sem estar ciente deste novo furto, Rossini afirmou que todos os casos estão em investigação mas reconhece a dificuldade encontrada em localizar os criminosos.
"A maioria das vítimas percebe o furto cerca de 10 minutos após o acontecimento do crime. A nossa suspeita é que, neste curto espaço de tempo, o criminoso leve a caminhonete a algum galpão ou terreno na zona rural. Quando a polícia é acionada e toma ciência sobre o furto, é provável que o veículo não esteja mais circulando, o que dificulta as buscas", afirmou Rossini.
Ainda de acordo com o delegado, apesar das dificuldades, o trabalho dos investigadores persiste, mas alguns detalhes não podem ser divulgados no momento para não atrapalhar as investigações. O último crime desta modalidade anterior ao registrado ontem ocorreu no dia 20 de janeiro, na rua Minas Gerais, no bairro São João.
Semelhanças
De acordo com a Polícia Civil, tudo leva a crer que os crimes foram cometidos pelo mesmo ou mesmos indivíduos, já que o modo de ação e os modelos furtados são muito semelhantes. Onze dos doze furtos registrados no período entre 10 de setembro de 2010 e 31 de janeiro de 2011 ocorreram em plena luz do dia, entre às 9 e 15 horas.
Outro aspecto que chama a atenção refere a data de fabricação das caminhonetes. Em todos os casos, os ladrões têm a preferência por veículos com mais de 15 anos de uso, com ano de fabricação entre 1978 e 1993.
No único caso em que houve a recuperação de uma caminhonete furtada, no dia 23 de setembro de 2010, a polícia pode analisar outros detalhes do modo de operação dos criminosos. Cortadores de cana-de-açúcar localizaram, de maneira não intencional, uma caminhonete escondida no meio de uma plantação, às margens da rodovia Péricles Belini (SP- 461).
A suspeita é que o ladrão tenha abandonado o veículo para buscá-lo posteriormente, quando a procura policial diminuísse. No interior do veículo, foi localizado um alicate de corte que pode ter sido utilizado pra a prática do crime. A Polícia Científica esteve no local e constatou que além das marcas deixadas pelas rodas da caminhonete, também havia rastro de rodas de motocicleta no chão, o que é um indício de que o criminoso pode não ter agido sozinho.
O fato da caminhonete ter sido encontrada escondida em um local de difícil acesso e visibilidade, também revela o mistério de nenhuma viatura, seja da PM ou da Polícia Rodoviária, ter avistado as caminhonetes após os furtos. Os investigadores acreditam que o bandido as abandonam em locais como este e voltam horas, ou até dias depois, para recuperar o produto de furto.
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