Chegou a 114 o número de mortos por deslizamentos de terra em Teresópolis, no início da noite de ontem. A Região Serrana do Rio contabilizava 170 vítimas das chuvas. O governo do Estado solicitou à Marinha aeronaves para ajudar no socorro e resgate de moradores das localidades, pois as ruas e estradas foram comprometidas com as queda de encostas.
Em nota, o governador Sérgio Cabral lamentou a "perda de vidas nesta tragédia causada pelas chuvas" e manifestou "solidariedade às famílias". Segundo o comunicado, os aviões da Marinha vão deslocar material, equipamentos e agentes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil nas cidades atingidas.
O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, decretou estado de calamidade pública e informou que equipes ainda buscam sobreviventes em diversas áreas do município. Ele alertou que o número de vítimas pode aumentar, pois as equipes de socorro ainda estão chegando aos locais devastados por enxurradas e desmoronamentos.
Sedlacek estima que o número de desabrigados já passa de 1.000 pessoas. "É a maior catástrofe da história do município", afirmou o prefeito.
Em Nova Friburgo, 38 pessoas morreram, segundo autoridades locais. Entre os mortos estão quatro bombeiros que ajudavam no resgate de vítimas. Um desmoronamento atingiu uma viatura da corporação e três agentes continuam desaparecidos. O centro está coberto de lama e há ruas alagadas.
São Paulo
A marginal Tietê, o centro e as zonas norte, leste e sudeste de São Paulo permanecem em estado de atenção devido à chuva que atinge a cidade. Apenas nos 12 primeiros dias do ano, já choveu em São Paulo o esperado para todo o mês de janeiro, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). O bairro do Butantã, na zona oeste da capital, é o que registra maior volume de chuva, com 349,2mm. Em seguida, está o Bom Retiro, na região central, com 319,3mm. Houve registro de 14 mortos no Estado.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM), anunciaram um plano de R$ 800 milhões para combate às enchentes na cidade.
A iniciativa inclui a retirada de 4,18 milhões de metros cúbicos de resíduos da calha do Rio Tietê, ao longo deste ano; a abertura de licitação para a compra de três turbinas para aumentar em 60% a capacidade de bombeamento do Rio Pinheiros para a Represa Billings; a canalização de córregos; a construção de dois piscinões, sendo um deles na divisa entre São Paulo e São Caetano; a construção de um sistema de canais entre São Paulo e Guarulhos para desassoreamento do Rio Tietê; e a criação do Parque da Várzea do Tietê, com a remoção de 5 mil famílias que vivem às margens do Rio.
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