Suspeito também foi vítima de ação criminosa e que possivelmente uma terceira pessoa teria agredido a vítima
Jociano Garofolo
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Familiares de M.V.P., de 23 anos, apontado como o principal suspeito pela morte do servente de pedreiro Ezequiel Alves Cardoso Júnior, de 21 anos de idade, assassinado na noite de domingo no bairro São Damião, está sofrendo ameaças de ter a casa incendiada caso permaneçam no bairro. A afirmação é da irmã e da esposa do acusado.
Na manhã de ontem, ambas estiveram no Segundo Distrito Policial, na Zona Norte, e denunciaram ao delegado de polícia Mário Antônio Bento que elas, como M.V.P., que ainda permanece internado na Santa Casa de Votuporanga, devido a ferimentos de faca que sofreu no abdome, vem recebendo mensagens de retaliação.
Em entrevista à reportagem do jornal A Cidade, Luciana Cristina Pereira, irmã do suspeito, disse que a todo momento surge algum "noia" na frente da residência em que moram, na rua Primo Furlani, no bairro São Damião. Os indivíduos proferem frases como "se ele não morrer na cadeia, vai morrer na rua" ou "vamos colocar fogo nesse barraco se não saírem do nosso bairro", afirma.
Luciana afirma que o irmão não tinha motivos para esfaquear Ezequiel, que era inclusive amigo da família e frequentava a casa de M.V.P. diariamente, inclusive tendo passado as noites lá, nos dias que antecederam a morte dele. Ainda de acordo com a irmã, o suspeito também foi vítima de ação criminosa e que possivelmente uma terceira pessoa, de características desconhecidas, teria entrado na casa quando M.V.P. estava deitado no sofá da sala, lhe aplicado um golpe de faca na barriga e roubado cerca de R$ 500.
Ela acredita que a mesma pessoa que feriu o irmão seja o autor da facada certeira que atingiu o coração de Ezequiel.
Versão
Luciana Cristina Pereira disse que o irmão lhe contou detalhes sobre a noite do crime. Segundo a versão, o suspeito teria passado mal do estômago e se deitado no sofá da sala para se recuperar e dormiu. Instantes depois teria acordado com uma forte dor e se levantado, momento que constatou que havia sido atingido com um golpe de faca.
"O próprio Ezequiel havia buscado remédio para o meu irmão naquele dia. Não entendo o que aconteceu e o meu irmão também não. Ele (M.V.P.), gritou por socorro e foi encontrado caído no quintal da nossa casa, ferido. Não havia marcas de sangue entre onde ele estava e o corpo do outro rapaz, que foi achado a cerca de 30 metros do portão da nossa casa", defende Luciana.
A esposa do suspeito, que preferiu não ter o nome divulgado, disse que teme pela integridade física dela e dos filhos. "Eu vou ter que sair de lá. Tenho medo do que pode acontecer comigo e com meus filhos. Não queremos defender ninguém. Se for provado que meu marido é culpado, então que a justiça seja feita, independente da sentença", disse.
De acordo com informações da Polícia Civil, M.V.P. segue internado sob escolta na Santa Casa, como o provável autor do crime. De acordo com testemunhas, ele teria provocado ferimentos em si mesmo para criar um álibi.
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