Caio de Araújo Santana, de 20 anos, morto com um tiro na cabeça em outubro pode ter sido vítima de roleta-russa
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
O delegado da Dig (Delegacia de Investigações Gerais) João Donizeti Rossini, agendou para a próxima segunda-feira (22), junto a equipe do Instituto de Criminalística, a reconstituição dos passos que levaram à morte o jovem Caio César de Araújo Santana, de 20 anos de idade, que ocorreu na manhã do dia 7 de outubro, na sala de uma residência na rua Miguel Andreo, no Jardim das Palmeiras II. A polícia acredita que o jovem foi morto por um amigo, Renato de Assis Horácio, de 18 anos, durante uma brincadeira de roleta russa.
De acordo com Rossini, o horário estabelecido para o procedimento será às 16 horas. Caio César de Araújo Santana foi morto com um tiro na nuca. Segundo a primeira versão apresentada, ele estava na casa de um amigo, M.H.O.L., de 16 anos, quando alguém desconhecido entrou na sala e atirou. A vítima foi socorrida mas teve a morte confirmada na Santa Casa.
As primeiras investigações apontavam para a hipótese de Caio ter sido morto por engano, por que possuía semelhanças físicas com M.H.O.L. Na época, a única testemunha que estava na casa no momento do disparo foi outro amigo, Renato Assis Horácio.
Ele disse aos policiais que logo que acordaram, M.H.O.L. teria saído para comprar cigarros e pães, enquanto os outros dois teriam ficado na sala da residência, assistindo televisão. Em determinado momento, teria ido até a cozinha procurar algo para comer, quando ouviu o barulho de um tiro vindo da sala e avistou Caio vindo em sua direção, cambaleando. Renato disse não ter visto o autor do disparo, pois estava mais preocupado em socorrer o amigo.
Nova versão
Em entrevista ao Jornal A Cidade, o advogado criminalista Silvânio Hortêncio Pirani, que vai defender Renato, disse que seu cliente mentiu na primeira versão apresentada, e que assumiu ter sido ele próprio quem efetuou o disparo fatal. Segundo o advogado, o tiro aconteceu de maneira não intencional, durante uma brincadeira perigosa, conhecida como "roleta russa", utilizando-se de uma arma de propriedade de Caio, de calibre 22.
De acordo com Pirani, a confissão de Renato foi dada primeiramente ao pai. O advogado afirmou que a negativa do do cliente foi movida pelo medo de ser preso e por ele estar assustado pela morte do amigo."Renato resolveu acobertar o real motivo da morte de Caio, mas o fato dele ter se preocupado com o socorro da vítima mostra que não foi intencional", comentou o advogado..
Pirani disse também que o cliente poderia ficar calado e não se prejudicar, já que as investigações da primeira versão não o incriminavam. Ele diz acreditar que inquérito apontará que Renato deverá responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, mas pretende estabelecer a defesa provando que Caio e Renato eram amigos e não havia motivo algum para que o crime fosse consumado, e o que houve na verdade foi um acidente.
"A roleta-russa teria começado pelo próprio Caio, mas na vez de Renato, o tiro atingiu o amigo", afirmou. Pirani. O defensor descarta que o crime tenha relação com entorpecentes, já que foram encontrados 25 invólucros de uma substância aparentando ser cocaína e R$ 94 em dinheiro em seus bolsos da vítima. "Não existe relação alguma, o que houve foi um acidente em uma brincadeira infeliz", afirmou.
Renato de Assis Horácio foi indiciado por homicídio doloso e aguarda em liberdade. Ele apresentou a confissão à polícia e deve colaborar com a reconstituição.
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