Pedro Alves teve traumatismo craniano e parada respiratória; o bombeiro Rafael Forte, mesmo de folga, parou para socorrê-lo
Pedro Alves relembra o acidente que sofreu há um ano ao ler a matéria publicada pelo A Cidade; seu caminho voltou a se cruzar com o do bombeiro que o salvou depois (Fotos: A Cidade e arquivo pessoal)
Da redação
Uma luz vindo em sua direção. É disso que o jovem Pedro Henrique Alves, de 21 anos, se lembra em relação ao acidente que sofreu há um ano, em Votuporanga. A próxima lembrança que vem à sua mente é acordar no Hospital de Base, em Rio Preto. Mas isso aconteceu 30 dias depois do acidente.
O jovem só conseguiu sobreviver para contar essa história ao jornal
A Cidade graças a um bombeiro, categoria, aliás, que comemora seu dia nesta sexta-feira (2), que é o Dia do Bombeiro.
"Durante a minha internação no hospital [onde passou 18 dias na UTI e 12 dias no quarto], os médicos falaram que eu só fiquei vivo por causa de um milagre, porque era para eu ter morrido de morte cerebral. O bombeiro realmente me salvou", disse Pedro.
Socorro
Neste caso, quem salvou o jovem foi o bombeiro Rafael Felipe Forte, que mora em Votuporanga e trabalha em Rio Preto. Isso porque ao ver o acidente, o bombeiro, que estava de folga e acompanhado da namorada, parou para prestar socorro.
"É instinto do bombeiro a gente parar e dar o primeiro atendimento. Eu fui a primeira pessoa a parar. Foi uma colisão frontal de motos e ele [o Pedro] foi o mais ferido. Ele teve traumatismo craniano e, na hora, teve parada cardíaca. Eu fiz a reanimação cardiopulmonar nele", relembrou Rafael.
O acidente ocorreu na avenida José Marão Filho, no trecho do Jardim Alvorada. Segundo a ocorrência, o jovem seguia pela avenida quando bateu de frente com outro motociclista, que vinha na contramão da avenida.
Com a batida, Pedro quebrou os dois braços e acabou batendo a cabeça contra o solo, o que causou o traumatismo. "Eu só lembro que estava indo para o centro. Era domingo, sete horas da noite. Vi uma luz vindo na minha direção e acordei no hospital, depois de 30 dias", contou o jovem.
Olhando em retrospecto, Pedro entende que os primeiros socorros prestados pelo bombeiro Rafael foram cruciais para ele conseguir sobreviver ao acidente. "Eu agradeço demais a ele, por ele estar lá, por ter me visto. Por causa daqueles primeiros socorros dele, eu consegui viver de novo. Ter uma segunda chance", disse.
Encontro
Depois do acidente, Rafael viu Pedro enquanto ele ainda estava internado na UTI. Ele lembra que perguntou a uma médica sobre o estado de saúde do jovem e ela disse que "era um caso de Deus".
"Depois de alguns dias, eu estava sentado, no meu horário de almoço, e a mãe dele veio chorando me abraçar. Ela perguntou se eu sabia quem era ela e eu nem imaginava, porque a gente socorre muitas pessoas. Aí ela me contou que era mãe do Pedro e disse: 'graças a você, meu filho está vivo'", relembrou.
Quando questionado sobre como se sentiu ao ouvir isso, Rafael descreveu a experiência como sendo muito gratificante. "É melhor que ganhar um prêmio de R$ 1 milhão", disse o bombeiro.
Depois, os caminhos de Rafael e Pedro se cruzaram novamente, quase tão por acaso quanto no dia do acidente. Num dos seus retornos ao HB, Pedro viu o bombeiro e foi cumprimentá-lo. Ele também agradeceu pelo socorro prestado.
Para Rafael, que se disse muito temente a Deus, essa história também teve um toque divino. "Deus está em todas as coisas. Deus me colocou naquele momento ali, naquele lugar, para que eu pudesse fazer o que eu aprendi. Isso é bom demais", finalizou.
Ocorrências
De acordo com um levantamento feito pelo
A Cidade junto ao 13º Grupamento de Bombeiros, da Polícia Militar, 1.793 ocorrências de incêndio foram atendidas neste ano na região. Dessas, 1.034 foram em vegetações (natural e cultivada), 739 foram em terrenos baldios e as demais 20 foram "pontos de apoio".
Já no ano passado, de acordo com os dados, os bombeiros atenderam 4.680 ocorrências: 3.687 em vegetações, 968 em terrenos baldios e 25 em "pontos de apoio".
Cuidados
O Dia do Bombeiro também integra a Semana de Prevenção Contra Incêndio. Aproveitando a data, a Secretaria de Segurança e a Defesa Civil alertam sobre os cuidados neste período de estiagem.
Os períodos de maior ocorrência de incêndio em vegetação no estado de São Paulo ficam entre os meses de junho e outubro, segundo informações do Corpo de Bombeiros. Os fatores que mais contribuem para esse tipo de evento são as queimadas agrícolas e o clima seco com ventos frios.
De acordo com um levantamento feito pelo A Cidade junto ao 13º Grupamento de Bombeiros, da Polícia Militar, 1.793 ocorrências de incêndio foram atendidas neste ano na região. Dessas, 1.034 foram em vegetações (natural e cultivada), 739 foram em terrenos baldios e as demais 20 foram "pontos de apoio".
Já no ano passado, de acordo com os dados, os bombeiros atenderam 4.680 ocorrências: 3.687 em vegetações, 968 em terrenos baldios e 25 em "pontos de apoio" na região.
Anualmente, os incêndios florestais, além de prejudicarem a vegetação, causam a morte de animais silvestres, aumentam a poluição do ar, diminuem a fertilidade de solo e ainda podem causar acidentes com vítimas e problemas de saúde à população.
Ações de prevenção contra incêndios:
- Nunca jogar pontas de cigarro, principalmente em rodovias, próximo a vegetações;
- Evitar fazer fogueiras;
- Não deixar crianças brincarem com fósforos e isqueiros;
- Não soltar fogos de artifício perto de áreas florestais;
- Nunca queimar lixo;
- Em áreas rurais, manter terrenos limpos e cercas e divisas capinadas;
- Separar plantações com barreiras (caminhos).