Números do Caged ainda não contabilizam as demissões da Vikstar, que devem fazer o índice despencar ainda mais
Para minimizar os impactos das demissões e recuperar os empregos, um Comitê foi criado e é comandado por Rodrigo Beleza (Foto: Prefeitura de Votuporanga)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
A crise provocada pela pandemia do coronavírus e as restrições impostas para tentar controlá-la seguem impactando negativamente a economia de Votuporanga. Em abril deste ano, essas restrições provocaramo pior saldo na geração de empregos desde maio do ano passado, quando praticamente todas as atividades econômicas foram obrigadas a parar. O pior é que este cenário ainda nem contabiliza as demissões já anunciadas na Vikstar, o que deve fazer os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) despencarem ainda mais.
De acordo com os dados, enquanto 638 votuporanguenses foram contratados e tiveram a carteira assinada, 786 foram demitidos, o que remonta em um saldo de mais 148 pessoas desempregadas na cidade. A última vez em que Votuporanga apresentou um saldo tão negativo foi em maio do ano passado, quando 378 moradores da cidade perderam seus empregos.
A alta nas demissões foi puxada, segundo o Caged, pelo setor de serviços, que dispensou 67 funcionários a mais do que contratou. A indústria também sofreu baixas:enquanto 208 pessoas foram admitidas, 266 foram desligadas, gerando um saldo negativo de 58 postos de trabalho fechados. Os números de abril em relação a geração de empregos só não foram piores graças a uma ligeira reação do setor de construção civil, que admitiu 50 novos colaboradores.
No acumulado do ano, porém, Votuporanga ainda tem um acumulado positivo em oportunidades de trabalho criadas. Ao todo, 3.820 votuporanguenses foram contratados e 3.480 demitidos nos quatro primeiros meses do ano, o que gerou um saldo positivo 340 vagas criadas.
Vikstar
A principal preocupação para a economia local, no entanto, é que, como já antecipado pelo A Cidade, a Vikstarirá demitir quase dois mil colaboradores, o que deve consumir todo o saldo acumulado deste ano e também o do ano passado, que foi de 818 vagas abertas. Além disso, com essa quantidade de pessoas desempregadas, o setor do comércio, que já vem sendo castigado desde o início da pandemia, deve sofrer o impacto e pode também ter que demitir.
Comitê
Foi de olho nesse cenário que o prefeito Jorge Seba (PSDB) criou o Comitê de Retomada Econômica, que tem como objetivo coordenar ações que proporcionem a recuperação de empregos e renda no período de pós-pandemia do coronavírus em Votuporanga.
O Comitê será presidido pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Beleza, e terá representatividade de diversos segmentos da sociedade civil e Poder Público, como a ACV (Associação Comercial de Votuporanga), Airvo (Associação Industrial da Região de Votuporanga), Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista), Sindicato Rural, entre outros.
“As ações deste Comitê terão como princípio entender as potencialidades e vocação econômica da cidade para planejar o crescimento a longo prazo considerando os reflexos naturalmente causados pela pandemia”, explicou o secretário.
Mais de 60 propostas já deverão ser discutidas pelo Comitê e encaminhadas ao Executivo, entre elas, o novo eixo comercial na região oeste da cidade e incentivos fiscais para pequenos empreendedores. “Sabemos que a cidade precisa estar preparada para enfrentar os desafios econômicos e continuar com o processo de crescimento”, ressaltou Rodrigo Beleza.