Depois de dizer que não revelaria os motivos de sua expulsão do PTB para 'se preservar', a vereadora revelou os motivos de seu desligamento forçado da sigla
A vereadora decidiu falar sobre sua expulsão do PTB, segundo ela, sofrer pressão psicológica de membros de sua antiga sigla (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
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Depois de dizer que não revelaria os motivos de sua expulsão do PTB para “se preservar”, a vereadora Sueli Friósi, que agora é do Avante, quebrou o silêncio durante a sessão ordinária de segunda-feira (24) da Câmara Municipal e revelou os motivos de seu desligamento forçado da sigla. Segundo ela, tudo está ligado a um projeto de sua autoria em favor da comunidade LGBTQI+.
Durante sua fala na tribuna, a parlamentar afirmou que decidiu revelar os motivos de sua expulsão após sofrer pressão psicológica vinda de membros de sua antiga agremiação.
“Só deixei para esclarecer agora, pois acredito que esta medida será suficiente para reduzir a pressão psicológica que venho enfrentando por alguns integrantes da sigla, mediante a ataques de variamos tipos sobre minha ética e honra por meio de minhas mídias sociais, ataques de dentro e fora dessa casa de leis”, disse ela.
Ainda de acordo com a vereadora, o “clima” já não estava bom no partido e ela teria, inclusive, sido ofendida por membros do grupo pelo qual foi eleita após dar sua opinião positiva sobre a administração de Jorge Seba (PSDB), o que teria sido relatado à cúpula do partido em São Paulo, no mês de março.
“No mesmo mês fui procurada por um representante da comunidade LGBTQI+ para apresentar um projeto para a criação de um dia de visibilidade Trans, onde foi discutido na reunião dessa Casa e foi recusado por 13 votos a dois. Na última semana de abril, estava eu cassada pelo PTB por conta de um projeto de visibilidade Trans entrar em conflito com os ideais da legenda, que é conservadora e também que as portas do Avante estariam fechadas, pois já estava comprometido com o presidente local, o candidato derrotado na eleição [Hery Kattwinkel]. Para não perder o meu mandato fui aconselhada a ir atrás dos meus direitos e assim eu o fiz. Porém, já naquele instante, eu estava expulsa do partido, mas não perderia o meu mandato”, completou.
Apesar das ameaças de ter as portas fechadas no Avante, logo após a expulsão ela foi procurada pelo presidente estadual do partido, o deputado estadual Campos Machado, para assumir a presidência da comissão provisória da sigla em Votuporanga.