Além de professor de capoeira, Lousado também é ex-presidente do Conselho da Comunidade Negra de Votuporanga
Mestre Lousado é professor de capoeira há mais de 32 anos e também é ex-presidente do Conselho da Comunidade Negra (Arquivo Pessoal)
Lara Giolo
Estagiária sob supervisão
lara@acidadevotuporanga.com.br
Em 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi dos Palmares, um dos líderes do movimento negro e símbolo da resistência contra a escravidão. O
A Cidade conversou com o professor de capoeira e ex-presidente do Conselho da Comunidade Negra de Votuporanga, mestre Lousado, que como votuporanguense, esclareceu fatos sobre a consciência de ser negro.
De acordo com Mestre Lousado, o fundamento do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, é para mostrar a importância da cultura afro na formação da cultura popular brasileira. “É um dia importante para recordar o quanto é admirável a história do negro, que ajudou a construir o país em todos os segmentos, não só em construção civil de carregar pedra, mas com seu conhecimento na agricultura, pecuária, música, comida e sua influência em toda formação cultural do povo brasileiro”, frisou Lousado.
Mestre Lousado, foi eleito como presidente do Conselho da Comunidade Negra de Votuporanga no ano de 2017, contudo atualmente o projeto não está exercendo suas atividades, mesmo assim Lousado não deixou de expressar o quanto foi gratificante representar a comunidade negra de Votuporanga por um tempo. “Foi muito prazeroso. Em minha gestão, conseguimos a Praça Luiz Gama e a Avenida Zumbis dos Palmares. Conseguir essas representações foi muito satisfatório”, contou.
Mesmo demonstrando os fatos importantes em sua gestão, Lousado também esclareceu um fato e que lhe trazia decepção, de que às vezes o próprio povo negro, não tem tanto interesse nos movimentos negros. “São poucos que tem os conhecimentos das histórias verdadeiras de livros, e tem a consciência do tanto que foi importante a cultura afro”, explicou.
Lousado trabalha com capoeira há mais de 32 anos e atualmente está exercendo o seu papel na Secretaria Municipal de Esportes e também na escola Anglo e uma das alternativas que ele considera eficiente contra a discriminação dos negros é oferendo oportunidades.
“O negro não precisa de nada dado, ele precisa de oportunidades, pois pegando as estatísticas, você observa que a maioria dos presos e pessoas de rua, são descendentes afro. A melhor alternativa são as oportunidades”, finalizou.