Conheça a história das mamães do asilo ‘Lar do Velhinho’, Benedita, Vilma, Maria e Clodete
(Foto: A Cidade)
Lara Giolo
Estagiária sob supervisão
lara@acidadevotuporanga.com.br
Tempos de afastamento e restrições, tempos de reflexão e tempos sem abraços no Dia das Mães. Sabemos o quanto a sociedade não valorizava um abraço em épocas festivas ou no almoço em família, mas agora o que não nos falta é a vontade de estar perto e abraçar o máximo possível. Benedita, Vilma, Maria e Clodete, não poderão ter contato físico com ninguém no Dia das Mães ao contrário dos outros anos, mas os telefones estarão disponíveis para receberem aquele 'Feliz Dia das Mães' tão esperado de seus filhos.
Cada uma delas tem um filho, ou mais de um, para chamar de seu, e mesmo afetadas não se deixam abalar. Elas convivem no mesmo lar, chamado Lar do Velhinho, na Rua Ibrahim Haddad com a Rua Ivaí. Algumas moram lá há pouco tempo, outras há mais tempo, mas o que todas receberam em comum é a dádiva de ser mãe.
Benedita Nunes Macedo
Benedita Nunes Macedo tem 83 anos e não soube dizer corretamente sua naturalidade. "De nascimento eu nem sei te falar direito, porque pobre quando está morando em um lugar já muda para outro", disse Benedita aos risos. Ela é mãe de três filhos, Aparecida, Antonio e Jaime. “Nós começamos todos juntos, mas depois eles vão se esparramando e fica cada um para um lado”, completou.
Dita está no lar há muito tempo, como ela disse, mas pela sua ficha, em março completou dois anos que todos que lá estão contemplam sua presença. Em tempos de pandemia, dona Benedita disse que sente saudades dos filhos e que precisa se conformar sem a visita deles. "Tenho muita vontade de ver eles, mas agora o filho não pode ver a mãe nem a mãe ver o filho", finalizou.
Clodete Alves Garcia
Clodete Alves Garcia tem 74 anos e é natural de Votuporanga. Sempre morou na cidade e tem três filhos, mas um já é falecido. Dona Clô se mostrou muito abalada durante a entrevista, principalmente quando soube que era pelo Dia das Mães, pois recentemente sua mãe faleceu e ela ainda não se conforma com o acontecido.
Sobre seu filho que também é falecido, Clodete disse muito emocionada, “Nem comento muito porque começo a falar e choro”. Os três filhos da dona Clô são o Adailson, Adilson e Ademilson. “É muito triste passar o Dia das Mães sabendo que minha mãe não está viva mais, mas tenho certeza que ela está em um bom lugar”, completou.
Em relação dela não poder ver os filhos nessa pandemia, dona Clô estava mais calma e disse que tudo vai passar. Clodete disse que faz muitos anos que está no lar, “Sou daqui, e não vivo mais em outro lugar”, finalizou.
Vilma Faijão de Souza
Vilma Faijão de Souza nasceu há 73 anos, possui dois filhos, Vanderlei e Valdinês. Dona Vilma está muito abalada com a situação e está atualizada, pois todo o dia acompanha os programas jornalísticos e contou que sem ver os filhos, vai ficar doente. “Era muito grudada com eles”, acrescentou. Faz apenas um ano que Vilma está morando no lar e já se acostumou com o ambiente e principalmente com as amizades.
Maria Amarantes
Maria Amarantes possui 77 anos e está presente no dia a dia do lar há cinco anos, ou seja, junto com as outras mães entrevistadas, Dona Maria é a veterana. Ela tem dois filhos, o José Carlos e o Sergio.
Ela é natural de Tanabi e veio para Votuporanga aos quatro anos de idade. Os dois filhos de Maria são de São Paulo, então faz muito tempo que ela não os vê. “Eles sempre me ligam, para me dar os parabéns e falam comigo pelo telefone. Capaz que eles me liguem no Dia das Mães”, finalizou.
Valéria Flores é assistente social da entidade e também é mãe, por isso não deixou de dar uma palavrinha sobre tudo que está acontecendo com o lar em tempos de pandemia, “É um momento difícil para todo mundo, porque pelo telefone os parentes ligam e perguntam como está, mas não é igual fazer a visita pessoalmente. Hoje, fazemos tudo pelo celular, porém só agora estamos percebendo que não basta”.