Simone foi morta em uma chácara pelo homem que aprendia a ler e a escrever com ela; Polícia acredita que ele planejou crime três dias antes
Após a reconstituição do assassinato da mulher que foi morta e acorrentada à cama em uma chácara em São José do Rio Preto (SP), feita na manhã de quarta-feira (29), a polícia informou que o principal suspeito mudou parte da versão inicial e acredita que o crime foi premeditado. Simone Moura Facini Lopes ensinava o criminoso a ler e a escrever e foi morta no dia 12 de março.
Para o delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior foi bom fazer a reconstituição porque com a presença da Polícia Técnica ficou clara a premeditação do Francisco, já que ele assumiu toda a culpa.
Francisco Lopes Ferreira é o principal suspeito de ter cometido o crime, já que confessou o assassinato para a polícia. Já Juvenal Pereira dos Santos, que morava com ele na chácara onde ocorreu o crime, nega que tenha participado do homicídio, mas a polícia desconfia da participação dele. Os dois já cumpriram pena juntos por estupro e estão presos temporariamente na cadeia de Catanduva.
Simone ia até a casa do Francisco e do Juvenal para ensinar o primeiro a ler e a escrever. Além disso, segundo a família, a voluntária cuidava de Francisco e o ajudava a fazer comida, lavar roupas. Ela foi encontrada morta, seminua e presa com correntes e cadeados à cama dele.
O delegado falou sobre como Francisco teria cometido o crime. Além de dar marretadas na cabeça da vítima, ele a asfixiou.
A reconstituição
Peritos e policiais da Delegacia de Investigações Gerais chegaram à chácara por volta das 9h30. Os dois suspeitos foram levados ao local em viaturas separadas e participam, um de cada vez, da reconstituição. A imprensa foi impedida de acompanhar.
Do lado de fora, familiares e vizinhos da vítima, que era casada e tinha um filho de 11 anos, se reuniram em gritos de protesto, com cartazes onde pedem "justiça". Inconformada, Edilene Alves de Moura, mãe da vítima, gritava "assassino" a cada vez que via um dos suspeitos dentro da chácara.
A reconstituição terminou por volta das 11h15. Após a saída dos suspeitos e dos peritos, a polícia liberou a entrada da imprensa e dos familiares no local do crime. Em entrevista ao G1 na semana passada, o marido da vítima disse que sentia uma 'mistura de decepção com raiva'.
Entenda o caso
Simone Lopes, de 31 anos, foi encontrada morta, seminua e acorrentada em uma cama com vários cadeados dentro de uma chácara na região rural de São José do Rio Preto (SP) no dia 12 de março. A vítima frequentava o local há cerca de quatro meses. Segundo a família, Simone ensinava Francisco Lopes Ferreira, de 64 anos, a ler e a escrever. No dia em que foi morta, ela daria aula para ele de ensino religioso.
Segundo os familiares, Simone saiu de casa às 11h e, no final da tarde, ainda não tinha voltado. A família ficou preocupada, e o marido foi até a chácara, mas o crime já tinha acontecido.
De acordo com o boletim de ocorrência, Simone estava seminua e foi presa com correntes que prendiam pés e mãos, todas fechadas com cadeados. A vítima ainda tinha ferimentos graves na cabeça. Uma marreta com marcas de sangue, possivelmente usada no crime, foi apreendida.
Segundo a polícia, Juvenal Pereira dos Santos, de 47 anos, que também mora na casa, foi quem chegou primeiro na cena do crime e chamou a polícia. Ele entregou aos investigadores a marreta. Já o aposentado que recebia a ajuda de Simone não estava no local.
Francisco, que confessou o crime, foi preso só no dia 20, após ser encontrado debilitado em um matagal no bairro Gonzaga de Campos. Ele estava foragido desde o dia do assassinato.
Fonte: G1, Rio Preto e Araçatuba