Vereador Douglas Lisboa tornou pública a situação de angústia de dois empresários do município que trabalham com o veículo
Fábio Ferreira
Por meio de ação movida pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo, a Justiça concedeu liminar que impede a atuação de tuk-tuks em Votuporanga. O vereador Douglas Lisboa (PSDB) tornou o caso público ontem, durante a 15ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal. O parlamentar ainda fez críticas a empresa Expresso Itamarati por atuar como interessada na ação.
Atualmente a cidade conta com dois tuk-tuks. No dia 29 de fevereiro deste ano, a Câmara Municipal aprovou projeto que regularizava tuk-tuks como prestadores de serviço de mototáxi no município. Até então os veículos circulavam com licença provisória concedida pela Prefeitura.
Em seu discurso, Douglas Lisboa não poupou críticas a empresa Expresso Itamarati pelo interesse na ação. “É uma fatalidade muito triste na cidade ver empresas grandes lutarem contra empresas pequenas. A Itamarati é a detentora do transporte coletivo de Votuporanga e teve a audácia através do sindicato de mover esta ação. Temos dois profissionais que trabalham com o veículo no município e que precisam levar sustento para suas famílias”.
Na opinião do parlamentar, a suposta concorrência vista pela Itamarati é injusta. “O usuário de tuk-tuk não é usuário da Itamarati. Esses dois trabalhadores agora ficam a mercê de passeios turísticos na cidade. Espero que a justiça seja feita e os tuk-tuks voltem a trabalhar regularmente”, concluiu.
A liminar concedida é baseada na omissão da legislação federal em relação ao triciclo como transporte de pessoas. Os dois tuk-tuks da cidade foram notificados pela Justiça no início da semana passada.
Miguel Matta, que trabalha como mototáxi há 16 anos e é o responsável pelo primeiro tuk-tuk de Votuporanga, mostrou indignação e angústia com a liminar. “Estou me sentindo lesado já que não faço nada de errado, tenho formação, documentos, tudo está legalizado. Não posso parar de trabalhar, tenho contas para pagar que dependem do meu serviço. Já estamos avaliando a situação junto ao jurídico da Prefeitura para saber o que podemos fazer”, comentou.