Evento, idealizado pela Rede Panapanã de Votuporanga, está programado para às 10h de hoje, na praça São Bento
Aline Ruiz
aline@acidadevotuporanga.com.br
Ocaso envolvendo a adolescente vítima de estupro cometido por pelo menos 30 homens no Rio de Janeiro, que ganhou forte repercussão na mídia, motivou mulheres votuporanguenses, da Rede Panapanã, a organizar um protesto pelo fim da cultura do estupro. O evento está programado para às 10h de hoje, na Praça da São Bento.
De acordo com uma das integrantes da Rede Panapanã, Angelita Alves de Toledo, o manifesto vai contar com cartazes, faixas e mensagens em repúdio ao fato ocorrido no Rio de Janeiro. O ato, convocado pelo Facebook, tem a confirmação de mais de 20 pessoas, porém a organização espera um número superior, já que o convite foi feito para centenas de usuários da rede social. Na descrição, as organizadoras afirmam que “o ato é em repúdio ao estupro de qualquer natureza; estupro é crime hediondo, fere a carne e alma para sempre”.
O encontro acontecerá na Praça da São Bento, às 10h. Logo depois, os integrantes do movimento vão caminhar até a Concha Acústica. A ideia, segundo Angelita, é caminhar até o local em marcha fúnebre, representando a tristeza e o sofrimento que um estupro pode causar nas pessoas que sofrem ou já sofreram esse tipo de violência. “Estamos pedindo para as pessoas irem de roupa preta; quem quiser também pode levar cartaz e faixas, o evento é aberto a todos, já que o estupro não acontece apenas com mulheres, é uma triste realidade também sofrida por homens”, disse.
Crime contra as mulheres
Segundo estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada 11 minutos uma mulher é vítima de estupro no país. “O estupro está vinculado à cultura machista e misógina, que entende que os homens têm direito de ferir a mulher”, disse a diretora do FBSP e cientista social, Samira Bueno.
Como apenas de 30% a 35% dos casos são registrados, é possível que a relação seja “de um estupro a cada minuto”, disse Samira. Ao todo, no Brasil, 47,6 mil mulheres foram estupradas em 2014.