2018 já começou e isso é muito bom.
Por toda parte já discutimos o próximo presidente e, isso é novidade, o próximo governo.
As pessoas já falam sobre a necessidade de privatizar. De preferência, tudo.
Diminuir o tamanho do Estado. Isto é um consenso, entre os brasileiros de bem.
Quanto maior a máquina estatal, maior a corrupção. Dinheiro fácil, não é mesmo?
E afinal, a coisa já foi feita grande, pra isso mesmo, não é, não?
Pois é, mas acontece que agora, vistas as entranhas fétidas do modelo estatal mastodôntico, e a corrupção sistêmica que do próprio tamanho resulta, o pipoqueiro, a dona de casa, o engenheiro, e o porteiro do meu prédio, todos concordam que as coisas vão ter que mudar aqui neste país. Alguns se referem a esta bagaça.
Nós vamos recompor esta bagaça.
Não vai dar pra manter isso aí, não, viu?
Alguns falam em intervenção militar, mas isto é porque o regime militar, se deixou alguma lembrança boa, foi a de que, nunca se demonstrou tamanha, imoral, absurda gana de roubar o erário. Havia moralidade no ar, por toda parte. A minha infância foi no final desse período e eu me lembro muito bem da retidão do comportamento social aqui, neste país. Nunca, jamais, passou pela cabeça de alguém, naquela época, referir-se a este país, como uma bagaça - e isto porque não era.
Este caos que vemos hoje, dominado por gente sem preparo profissional nenhum, e voltado única e exclusivamente para o saque do dinheiro público – isso jamais passou pela cabeça de qualquer pessoa que viveu à época.
Por óbvio, e como é cediço, um regime de exceção não se compactua de modo algum com os dias que correm – e, de fato, em toda a história, jamais foi a melhor alternativa.
O que as pessoas querem, em realidade, quando falam em regime militar, é decência.
Decência, que, como visto, por toda prova levantanda, nas centenas de ações contra a corrupção, passa ao largo do objeto de interesse de amplíssima parte da casta política nacional.
Casta política, que aliás, é responsabilidade única e exclusiva, do próprio povo, que não atinou, nestas últimas décadas, com a necessidade fundamental de escolher bem. Avaliar bem seus candidatos.
Mas agora tudo mudou. Temos whatsapp.
As notícias correm em miléssimos de segundo.
Sabemos de tudo, o tempo todo.
E o que ainda não sabemos, vamos descobrir.
E, o particular dessa realidade on line, é que parte da velha e carcomida casta da política nacional, ainda não se deu conta, de que os tempos são definitivamente outros e não vai dar pra manter isso aí, não, viu?
Essa velharia carcomida ainda fala em coligações e arranjos para a defesa de seus interesses. É incrível.
Estão vivendo em outro mundo. Não se deram conta.
É como se não existisse um povo inteiro ligado minuto a minuto pela internet.
São velhos mesmo.
Eu fico aqui pensando na surpresa que terão na contagem dos votos.
Penso que deveriam procurar seus médicos e providenciar afinadores de sangue.
As suas questões financeiras muito provavelmente já as resolveram em contas no exterior, as quais, muitas delas, podem acabar refugindo da ação policial, mas de secretas, não têm nada. O mundo inteiro sabe o que se passou e o que se passa nesta República.
Mas as questões de saúde, têm que atentar para elas.
Coisa errada aparece. E, nos tempos que correm aparecem rapidinho, rapidinho.
O silêncio das ruas não quer dizer consentimento. Quer dizer estratégia. De um povo que não tem outra opção melhor por ora. E é só isso.
Não vai dar pra manter isso aí, não, viu?
Os afinadores de sangue. Providenciem os afinadores de sangue.