Fazer comparações com o passado nesses dias atuais não parece muito convidativo, porém, devemos entender que, ainda democraticamente, são pessoas que votam para escolher seus representantes.
Quando Juscelino terminou seu governo, este articulista, muito jovem ainda, parece que havia um vácuo de transparência no país e, com isso, quem levou os votos foi Jânio Quadros. Não me atrevo comentar sobre aqueles momentos, mas sem dúvida parece que o povo queria um outro tipo de governo. Jânio acabou renunciando e, parece-me, até hoje vivemos as consequências políticas desse ato.
Mas, por falar em passado aliado ao presente, é preciso muita cautela para que os resultados advindos da eleição do próximo ano não se arrastem por outras décadas. Ou nos acostumamos pensar o futuro ou as pessoas que viverão por aqui nesse futuro nos culparão por termos sido egoístas e, principalmente, por não termos sido inteligentes. Alguns países sempre tiveram projetos de longo prazo e, assim, mesmo quando aparece algum “doidinho” em sua política, conseguem sobreviver aos infortúnios e surpresas.
Aqui, enquanto ninguém pensa o amanhã, alguns partidos, quase todos, ocupam espaços caríssimos de TV para conquistarem novas filiadas do sexo feminino. Sabem por quê? Porque é obrigatório que o partido tenha no mínimo trinta por cento de candidatas mulheres. Parece que isso ainda não mudou na legislação. Assim, tenho comigo uma proposta mais condizente com a realidade. Explico a seguir.
Parece-me que a população brasileira é quase meio a meio entre homens e mulheres. Então por que não determinar um número mínimo de vagas nos legislativos para o sexo feminino? Votaríamos duas vezes, uma para o legislador masculino, outra para a legisladora feminina. É simples assim e teríamos uma maior quantidade de mulheres nas câmaras municipais, assembleias estaduais, câmara federal e senado. Creio que seria uma boa experiência. Fica a proposta, se alguém não gostar apenas esqueça.
O pessoal atual do Congresso nacional não votou uma reforma política interessante, apenas penduricalhos de seus interesses. Já que é assim, não querem votar nada que os contrarie, devemos nós, os eleitores, ignorá-los por ocasião do voto. Se existirem, e devem existir, alguns bem-intencionados por lá, serão sacrificados, também, infelizmente.
As crianças e os jovens, que são bombardeados constantemente pelo noticiário e, por isso estão aparentemente bem informados, precisam, analisando os exemplos, escolher seus caminhos sozinhos, sem interferências externas e participarem da reconstrução do entusiasmo do país. Existem muitas oportunidades decentes por ai, só tá faltando entusiasmo e, creio também, uma governança mais sadia e corajosa, tanto nos estados como na federação. Nos municípios os dirigentes estão mais perto de todos, fica mais fácil descartar os fracos e incompetentes. Ou partimos para esse tipo de revolução de ideias e costumes, ou, em algum momento, seremos submetidos por algum populista que comprometa profundamente o futuro. No passado, em alguns países, isso já existiu e deixou heranças horríveis. Cuidemo-nos desde já.