*Ivan Herrera Jordão é psicólogo e colaborador deste jornal aos domingos - ihjordao@hotmail.com
“Uma briga de trânsito acabou com a morte de um policial militar e um vigilante na tarde de terça-feira (29), na Zona Leste de São Paulo.” Trecho inicial de matéria divulgada na internet, intitulada Após briga de trânsito, policial mata vigilante e se suicida.
Também no dia seguinte, tivemos oportunidade de tomar conhecimento desse fato, através da mídia televisiva, a qual o introduzia de forma mais detalhada. E para nós ficou o seguinte resumo, obtido com as duas fontes de informação:
Após ter batido em veículo conduzido por funcionário da AES Eletropaulo, o qual teria quebrado a clavícula no acidente, o policial, que estaria de folga, teria desferido vários tiros, sem acertar ninguém. Em seguida um vigilante que teria deixado seu posto de trabalho próximo do local, teria se aproximado e discutido com o policial, o qual teria atirado no mesmo. Socorrido, o vigilante acabou morrendo no hospital para onde fôra transportado.
Após atingir o vigilante o policial apontou a arma para si mesmo e disparou, tirando a própria vida.
O caso está sendo investigado pela Polícia Militar.
Ignoramos se o assunto foi abordado por outros noticiários televisivos. O Bom Dia São Paulo destacou também o local, Rua Luís Mateus, em Itaquera.
E lamentamos que especialistas não tenham sido convidados para discorrer sobre a possível motivação para o desfecho, como é comum ocorrer quando acidentes de trânsito retiram do nosso meio transeuntes e/ou condutores.
Aparentemente mais um caso de desentendimento, após envolvimento em acidente dessa natureza.
Não para nós. Estamos propensos a crer nas seguintes hipóteses:
Primeira - o policial, pode ter se sentido ameaçado com a aproximação do vigilante, especialmente se este estava armado. O suicídio, consequência da percepção do engano.
Qual o policial que não se sente vulnerável atualmente, nos grandes centros, sabendo que ser um policial é estar na mira dos bandidos? E os bandidos são criativos, usam uniformes e crachás para invadir e roubar empresas... Por que não usariam uniforme de vigilante? Nas falas gravadas e divulgadas, de bandidos, presos ou na rua, eles fazem questão de deixar claro o interesse na eliminação dos que cuidam da nossa segurança.
Segunda - O policial poderia ainda, por acréscimo da primeira hipótese, estar vivenciando alguma situação que o estivesse tornando excessivamente sensível, vulnerável do ponto de vista emocional.
Seja como for, resta-nos lamentar as perdas, porque são duas preciosas vidas, e pedir a Deus que conforte os familiares.
Por falta de espaço vamos apenas acrescentar que temos que valorizar mais a nossa Polícia, inclusive as iniciativas que pretendem melhor remunerá-las, equipá-las e treiná-las. Precisamos ser parceiros daqueles que zelam pela nossa segurança. E essa parceria deve ser exercida com o nosso voto, nas próximas eleições. Somos todos responsáveis.
Concluindo, suicídio é um tema muito delicado e controverso, mas é provável que tenhamos surpresas ao investigarmos o número deles na Polícia Militar, Polícia Federal ou Exército. Mais uma razão para que mereçam nossa admiração e respeito. Mais uma razão para sermos colaboradores, passando a eles todas as informações que puderem ser úteis no cumprimento do dever dos mesmos, minimizando o máximo possível a exposição da integridade física - nossa e deles.
Bom domingo! Com Deus! Amém!