Os recentes ataques contra páginas web do governo e de empresas brasileiras vêm causando grandes estragos no mundo cibernético.
Enquanto muitos jovens pichavam paredes para poder se afirmar na sociedade, numa demonstração pífia com o intuito de ganhar visibilidade e reconhecimento, agora a moda é invadir sites.
Podemos supor que tudo isso é o fruto de uma fragilidade na segurança, todavia não é o que move os invasores.
O que se nota mergulhando no mundo dos comentários online é que os seus frequentadores (que não são poucos) não dão a mínima para a forma como informações foram obtidas, mas o que elas revelam sobre possíveis privilégios e corrupção.
A invasão ficou mais madura, e o que importa é trazer a tona informações que dantes não seria possível e que hoje causa arrepios nos grandes usurpadores do poder público.
Em vez de procurar encontrar ferrolhos e cadeados para os bancos de dados que guardam negociatas e falcatruas, por que não discutir o teor das informações? Verificar quais as que merecem mais crédito e as que devem ser descartadas, em lugar de culpar o mensageiro?
Esta rebelião cibernética veio para ficar, pois ela se alimenta de uma inconformidade contida há muitos anos. Existe uma necessidade mútua de trazer a tona o que realmente acontece na obscuridade do mundo. O governo chileno sentiu o peso da internet como ferramenta de articulação política durante os recentes protestos estudantis em Santiago e resolveu adotar uma medida de eficácia altamente polêmica: criar um sistema estatal de vigilância as redes sociais. A Internet é capaz de mudar os rumos políticos de uma nação. É uma ferramenta poderosa e que deve ser vista com cuidado. As grandes potências já oficializaram uma guerra cibernética por meio da mobilização de recursos militares para combater um inimigo cujo perfil ainda é pouco claro.
O fato é que a tecnologia chegou e faz parte de nossa realidade. Antigamente alguns pichadores mais letrados as vezes deixavam uma mensagem de protesto ou algo do tipo, que em algumas ocasiões nos fazia refletir. Hoje os “crackers” nos deixa claro que as grandes organizações têm muito a esconder, e mesmo que de maneira torta, é muito interessante saber o que eles fizeram no verão passado.
Antônio Lima Braga Júnior - toninho.braga@hotmail.com - Votuporanga