Votação que tinha tudo para ser tranquila passou um pouco dos limites na tarde de ontem, durante sessão extraordinária da Câmara Municipal
Aline Ruiz
Votação que tinha tudo para ser tranquila passou um pouco dos limites na tarde de ontem, durante sessão extraordinária da Câmara Municipal. Muito bate-boca e gritaria tomaram grande parte do tempo dos vereadores na tribuna, motivados por uma emenda do projeto 101/2016. Em determinado momento, o vereador Emerson Pereira se exaltou, bateu as mãos na mesa e gritou com o seu colega e parlamentar Jurandir Benedito da Silva, o Jura. De acordo com ele, o vereador anda investigando suas ações e o acusando de tomar atitudes erradas enquanto pessoa pública.
O projeto de lei 101/2016 visa a duplicar os trabalhadores no programa Votuporanga em Ação II, passando de 30 para 60. Eles iriam trabalhar em tempo parcial, ganhar meio salário mínimo, uma cesta básica e mais um curso de qualificação. Já a emenda em si pedia a alteração do projeto para que fossem 55 vagas de trabalho em tempo parcial e apenas cinco vagas no tempo integral, solicitação que causou estranhamento e discussão entre os parlamentares e acabou sendo rejeitada por unanimidade, enquanto o projeto de lei foi aprovado.
O primeiro a fazer o uso da palavra foi o vereador Jurandir Benedito da Silva, o Jura, dizendo que a emenda não iria contribuir para nada. “O projeto sugere a possibilidade de que 30 bolsas integrais sejam duplicadas, sendo elas 60 parciais; porém essa emenda encaminhada fere o princípio de atender as pessoas, porque ao invés de atender 60, teremos que atender 55 e as outras cinco irão trabalhar mais e receber mais por isso, obviamente, mas qual o fundamento disso? Quais são os critérios de escolha dessas pessoas? Claro que sou contrário a essa emenda”, afirmou.
O vereador Emerson Pereira foi quem sugeriu ao prefeito Junior Marão que essa emenda fosse apresentada. Ele foi o segundo a subir na tribuna e rebateu as falas de Jura. “É necessário ter vagas em períodos integrais, existem pessoas que não tem condições de viver apenas com meio salário mínimo; eu sei que o vereador Jura foi até a secretaria de Direitos Humanos ‘investigar’ o programa Votuporanga em Ação II, eu não sou nenhum bandido, já estou cansado de apresentar emenda e ter pessoas achando que eu estou fazendo algo de errado, sou defensor dos votuporanguenses e da política justa”, esbravejou.
O vereador Edilson Pereira Batista, o Edilson do Santa Cruz, se posicionou em defesa do parlamentar Jura. “Estive com o vereador Jura na secretaria, não fomos procurar nada de errado, queríamos entender um pouco mais a fio um projeto do executivo, em nenhum momento fomos procurar coisa errada sobre você, fomos lá enquanto comissão. É mentira que chamamos você de bandido, não falamos isso, pelo contrário, teve vários momentos que elogiamos você, e agora você vem nessa tribuna falar de maneira errada, reveja os seus conceitos”, falou Edílson diretamente para Emerson Pereira.
Os vereadores Silvio Carvalho de Souza, líder do Poder Executivo na Câmara Municipal, e Eliezer Casali também se demonstraram contra a emenda. Eles alegaram que não faz sentido beneficiar apenas cinco pessoas, até porque não há nenhum critério para isso. “Essa emenda não faz sentido e está uma lambança, não tem motivo para ser aceita”, disse Eliezer.