Esta divertida comédia tem elenco afiado, formado por Gerson Steves, Daniel Costa, Leonardo Santiago e Amanda Banffy
O Circuito Cultural Paulista retorna em 2015 a Votuporanga com a primeira atração confirmada para março. O espetáculo musical infanto-juvenil O Jovem Príncipe e a Verdade virá para a cidade no dia 15 de março, às 17h, no Centro de Convenções. Com direção de Regina Galdino, o texto inédito é do francês Jean-Claude Carrière. A peça ganhou música original, executada ao vivo, assinada por Fernanda Maia. A história é baseada na saga do Jovem Príncipe que, para se casar com sua amada, sai pelo mundo em busca da Verdade, acompanhado pelo engraçado Contador de Histórias.
Esta divertida comédia tem elenco afiado, formado por Gerson Steves, Daniel Costa, Leonardo Santiago e Amanda Banffy (que também assina a tradução da peça). A ficha técnica traz ainda Luis Rossi na cenografia, Fran Barros na iluminação, Rosângela Ribeiro no figurino e Henrique Benjamin na direção de produção.
O Jovem Príncipe e a Verdade é a única peça para crianças escrita por Carrière - autor francês contemplado com prêmios como Oscar, Molière e César por diversos trabalhos. É uma história baseada em “contos filosóficos” (não moralizantes) da tradição oral de todo o mundo. O autor ganhou fama por colaborar na escrita de Mahabharata, de Peter Brook, e de quase todos os filmes de Buñuel, inclusive Bela da Tarde e Discreto Charme da Burguesia.
Segundo a diretora Regina Galdino, o texto foi transformado em musical sem perder seu caráter filosófico e simbólico, nem o poder de síntese proposto pelo autor. “As músicas dialogam com o texto e as letras são inteligentes e divertidas”, diz. Tarefa executada com primor por Fernanda Maia, profissional reconhecida pelos prêmios Shell e indicações no Femsa, entre outros.
O enredo ganha ritmo e descontração com músicas como “O Burro”, “O Príncipe”, “Ao Norte, ao Sul, a Leste e a Oeste” e “O Crocodilo”. Elas funcionam tanto para apresentar personagens, quanto para narrar a história, mostrar a passagem de tempo ou sublinhar as diferentes regiões por onde os personagens passam. Para acompanhar a interpretação dos atores, o espetáculo tem a participação de dois músicos: Rafa Miranda (no piano) e Flávio Rubens (no clarinete).
O enredo
A história de O Jovem Príncipe e a Verdade é inspirada, entre outros, em um antigo conto indiano (A Mentira da Verdade), sobre um príncipe que recebe a missão de encontrar a “Verdade” para poder se casar com a jovem que ama. Pronto para cumprir sua missão, o Jovem Príncipe (Leonardo Santiago) inicia uma viagem pelo mundo, sempre acompanhado pelo
Contador de Histórias (Gerson Steves); este personagem foi inspirado no hilário Nasreddin Hodja, homem de grande senso de humor que viveu no Oriente Médio, contador de anedotas e que tinha sempre uma resposta na ponta da língua para todo o tipo de pergunta. Juntos, eles vivem incríveis aventuras em cada região por onde passam.
Regina Galdino explica que “como Carrière cria a figura do ‘narrador’ (o Contador de Histórias) baseado na figura de Nasreddin Hodja e o ‘Jovem Príncipe’ tem origem em um conto indiano, os dois personagens foram mantidos no universo oriental. E eles passeiam pelas diferentes situações propostas no texto, atravessando diversas regiões e períodos históricos, misturando oriente e ocidente por meio do contato com os outros personagens”.
O Jovem Príncipe, porém, não encontra uma definição simplista para a “Verdade”. O tema é tratado como uma surpreendente questão filosófica. Sua jornada é uma grande metáfora: um jovem em busca do amadurecimento, até se tornar um homem capaz de contar sua própria história. O espetáculo consegue, com maestria, provocar reflexão, curiosidade e muitas gargalhadas. E o final desta história está bem longe do típico “felizes para sempre” dos contos de fadas. O Jovem Príncipe e a Verdade promete surpreender.
Jean-Claude Carrière – autor
Nascido na França, em 1931, Jean-Claude Carrière é premiado roteirista, escritor, diretor e ator do cinema francês. Foi colaborador frequente do diretor Luis Buñuel e, menos frequente, de Peter Book. Foi ainda presidente da La Fémis, escola cinematográfica do estado francês. Sua colaboração com Buñuel começou com o filme Diário deuma Camareira (1964), para o qual ele co-escreveu o roteiro e também interpretou o papel de um padre da aldeia. Mais tarde, Carrière colaborou com quase todos os roteiros dos seus filmes, incluindo A Bela da Tarde (1967), O Estranho Caminho de São Tiago (1969), O Fantasma da Liberdade (1974) e Esse Obscuro Objeto do Desejo (1977). Agraciado em diversas premiações, incluindo Oscar, César e BAFTA, ele escreveu ainda os roteiros de A Insustentável Leveza do Ser (1988), Cyrano (1990), Brincando nos Campos do Senhor (1991) e O Último Entardecer (1997). Colaborou com Peter Brook nas duas versões do antigo épico sânscrito Mahabharata. O Terraço foi indicado ao prêmio Les Molières, de melhor texto.