Essa porcentagem viabilizou a compra e construção de 538,3 mil unidades no ano passado
Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança viabilizaram a compra e construção de 538,3 mil unidades no ano passado, um crescimento de apenas 1,6% na comparação com 2013.
A quase estabilidade ocorre em um cenário de desaceleração da economia e desaquecimento do mercado imobiliário no país.
O percentual financiado dos imóveis aumentou de 64,9% para 65,4% de 2013 para 2014. Em 2010, por exemplo, esse percentual era de 62%.
Em valor, o crescimento dos empréstimos chegou a 3,4% devido ao aumento de preços. Os financiamentos somaram R$ 112,9 bilhões no ano passado, a maior marca já registrada, segundo a Abecip (Associação das Empresas de Crédito).
"O crédito imobiliário está mais maduro no Brasil. Não vamos –e não é saudável nem desejável– crescer mais 30% ao ano, como no passado. Nos melhores anos, talvez cresceremos 10%", disse Octavio de Lazari, presidente da associação.
NOVOS E USADOS
O melhor desempenho foi dos empréstimos para imóveis novos, que somaram R$ 35,3 bilhões –27% maior do que no ano anterior. Por outro lado, os financiamentos para imóveis usados caiu 6% –desceu de R$ 49 bilhões para R$ 46,2 bilhões.
Segundo Lazari, a retração nos financiamentos de imóveis usados é mais sensível à queda na confiança do consumidor ao longo de 2014.
Para 2015, o setor espera repetir o crescimento de 5% dos financiamentos, levando-os ao patamar de R$ 119 bilhões.
INADIMPLÊNCIA
A inadimplência do crédito imobiliário caiu em 2014, ficando em 1,3% dos financiamentos com alienação fiduciária (bem fica em nome do banco) e de 1,4% contando as hipotecas. Em 2013, os atrasos eram de 1,4% e 1,7% respectivamente.
"O financiamento imobiliário é o crédito mais saudável do país. Por isso, é também o mais disputado pelos bancos", disse Lazari.
JUROS
A Caixa Econômica Federal, que detém 70% do crédito imobiliário no país,reajustou as taxas de juros das operações para financiamento de imóveis residenciais contratadas com recursos da poupança.
A nova taxa começou a ser aplicada aos imóveis financiados a partir de segunda-feira (19). A Caixa afirmou que elevou as taxas por causa do aumento da taxa básica de juros, a Selic.
Nos financiamentos feitos pelo SFH (Sistema Financeiro Habitacional), a taxa balcão –para clientes sem relacionamento com o banco– foi mantida em 9,15%; para quem já tem relacionamento com o banco (quem é correntista, por exemplo), os juros subiram de 8,75% para 9%.
Já para imóveis negociados pelo SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário), a taxa balcão subiu de 9,20% para 11%; para clientes com relacionamento, o juro passou de 9,10% para 10,70%.
Para as propostas de financiamento aprovadas até sexta-feira (16), as taxas continuam nas condições anteriores.
Segundo o banco, as taxas dos financiamentos contratados com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que incluem os do programa Minha Casa, Minha Vida, não sofrerão reajuste.