Seleção usou uniforme nos amistosos contra Chile (vitória por 1 a 0) e Camarões (empate por 2 a 2)
Um vídeo divulgado na véspera do sorteio da Copa do Mundo, ainda em dezembro, colocou alguns astros da Seleção alemã ensaiando palavras em português. A ação da DFB (Federação Alemã de Futebol) espalhou-se como um vírus, e logo Manuel Neuer, Philipp Lahm e companhia caíam nas graças do brasileiro. Seria apenas o pontapé inicial para uma relação intensa, ao menos no Nordeste, durante esta fase de grupos, que terminará com a estreia da camisa inspirada no Flamengo, hoje, contra os Estados Unidos, na Arena Pernambuco.
Tende a ser o ápice do “pouquinho de Brasil que existe dentro de nós”, frase lida pelos jogadores no vídeo em que o brasileiro naturalizado alemão Cacau ocupa o cargo de professor. Desde que chegou ao país, a Alemanha se transformou numa das seleções mais carismáticas, conquistando o povo com a naturalidade de quem veste a camisa e canta o hino do Bahia, casos de Neuer e Bastian Schweinsteiger, ou com a meticulosidade de quem se planejou por três longos anos para acertar na escolha do uniforme.
A jogada assumidamente de marketing envolveu três pilares: o Flamengo, a DFB e, claro, a fornecedora de material esportivo que está ligada aos dois. Já havia uma insatisfação com o modelo antigo, o verde utilizado na Eurocopa de 2012 e marcante na Copa de 1974. Então os responsáveis ligaram os pontos e chegaram à conclusão de que o time de maior torcida no Brasil seria o fator mais atraente.
Se na Alemanha não houve grande comoção com o lançamento da camisa, em fevereiro, no Rio de Janeiro, as lojas vendiam como água. Até o momento, a seleção já comercializou 2 milhões de unidades, contabilizando também o uniforme branco (os números são 30% maiores do que em 2006, quando o país sediou a Copa).
Se tudo correr dentro do esperado, a Alemanha terá a oportunidade de jogar no Maracanã em 4 de julho, pelas quartas de final. Mas há quem imagine um cenário além, com uma decisão sem o Brasil.