Em 2013, Alexandre Pato tinha a fase de adaptação, a torcida
(por algum tempo) e a diretoria a seu favor na tentativa de render bem e
recuperar o futebol que o levou ao Milan e à seleção brasileira. A abordagem
paternal, por vezes até carinhosa, não funcionou. Em 2014, o atacante se vê
mais pressionado com as mudanças de comando – tanto dentro de campo, quanto na
cúpula que decide os rumos do futebol. O Timão espera que Pato responda a esse
desconforto com gols e boas atuações.
Durante a era Tite, Pato era tratado com maiores cuidados. O
técnico raramente mostrava impaciência com a falta de sequência do atacante, e
só deu uma bronca mais forte quando viu o camisa 7 errar um pênalti decisivo
nas quartas de final da Copa do Brasil, contra o Grêmio, por dar uma cavadinha
facilmente defendida pelo goleiro Dida.
Agora, a situação mudou. Em seu primeiro jogo como titular
na temporada, mal pegou na bola, acertou um chute na trave, mas saiu vaiado
pela torcida na derrota para o São Bernardo, sábado, no Pacaembu. Seu primeiro
sopro de insatisfação foi respondido prontamente por Mano, em entrevista
coletiva, de forma sutil.
Um dos grandes desafios recebidos por Mano foi o de resgatar a credibilidade de Pato, mas com uma abordagem diferente. A tolerância diminuiu, até pelo fato de o período de readaptação ao Brasil ter passado. Um dirigente chegou a dizer que o técnico precisava fazer o atacante “pegar no tranco”, com broncas e cobranças maiores do que as normais.