Franclin Duarte 
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O Poupatempo, como o próprio nome já diz, foi criado pelo Governo do Estado de São Paulo para agilizar a vida do cidadão. Nos últimos meses, no entanto, moradores de Votuporanga têm reclamado que o órgão vem fazendo justamente o oposto, com relatos de espera de até quatro horas na fila para serviços antes considerados simples, mesmo com agendamento prévio.

É o caso de Priscila Fernanda, moradora do Pozzobon, que precisou ir duas vezes ao Poupatempo para renovar sua habilitação. Na primeira oportunidade, ela aguardou cerca de uma hora e meia e depois teve de voltar no outro dia por conta de problemas no agendamento com o oftalmologista. No dia seguinte, foram mais duas horas de espera apenas para concluir o procedimento.

“Na primeira vez esperei por cerca de uma hora e meia e fui informada de que precisava retornar no dia seguinte porque havia problema no agendamento com o médico oftalmologista. No outro dia foram mais duas horas de espera. O problema no agendamento do médico a gente até entende, agora o difícil é chegar atrasada no trabalho, mesmo tendo marcado com antecedência para o meu horário de almoço. Não demorava tanto assim, não sei o que está acontecendo”, disse.

Outro usuário, que preferiu não se identificar, relatou uma situação ainda mais crítica. Além de ter ido duas vezes ao posto, foram quatro horas de espera para também renovar a carteira de habilitação.

“Os atendentes são cordiais, com sorriso no rosto e, mesmo com todo mundo reclamando, seguem firmes. Fui muito bem tratado, quanto a isso não tenho do que reclamar, mas dá para perceber que é muita gente para poucos profissionais, aí não tem como funcionar. O governo precisa contratar mais servidores”, completou.

O jornal A Cidade questionou oficialmente a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), responsável pela gestão do Poupatempo, sobre os motivos da demora nos atendimentos e a ausência de reforço de equipe na unidade, mas, até o fechamento desta edição, não houve manifestação. Extraoficialmente, porém, a reportagem apurou que, além da falta de funcionários, um dos fatores para a superlotação seria a grande procura pela emissão da nova CIN (Carteira de Identidade Nacional).

O problema se acentua devido à instabilidade no sistema integrado que conecta serviços como Detran-SP, IIRGD (responsável pela emissão de documentos de identidade), Receita Federal e outros órgãos parceiros. Quando ocorre alguma falha, os atendimentos ficam suspensos, gerando efeito em cascata e acúmulo de filas.