O jornal A Cidade deu um giro para conhecer as histórias (e os criadores) das comidas que você só encontra em Votuporanga
Conheça as cinco estrelas gastronômicas de Votuporanga (Fotos: A Cidade)
Da redação
Já passamos pelas maravilhas de Votuporanga, agora é hora de explorar as cinco estrelas da constelação gastronômica local.
Para isso, o jornal
A Cidade percorreu o município para conhecer as histórias das comidas que você só encontra aqui. E, claro, os seus criadores.
Bolinha de carne do Bar da Preta
Ela é conhecida na cidade. Sua criadora também. A bolinha de carne da comerciante Natalina de Oliveira Brito Batista, também conhecida como Preta, coleciona fregueses de todas as idades.
Há mais de 30 anos, seu cheiro e sabor, tão autênticos, conquistam corações (e estômagos) no Bar da Preta. E é justamente por isso que, até hoje, elas são o carro chefe do lugar.
Apesar da jornada de três décadas, dona Preta disse ao A Cidade que não pretende parar tão cedo. “Graças a Deus, amo [estar na ativa]. Meus filhos pedem [para eu parar], mas eu não paro. É a minha terapia. Aqui eu amo o que eu faço. Amo meus fregueses”, contou.
O Bar da Preta fica na rua Pernambuco, nº4888, no Patrimônio Novo.
Coxinha do Tak Bar
Há 64 anos, as irmãs Tieko e Satsoco, a “Nenê”, Takemoto lançaram uma coxinha de frango que marcaria gerações de votuporanguenses. Foram elas, também, que fundaram o Tak Bar, junto ao seu irmão, Luiz Akira, na mesma época.
“Elas já tinham essa receita [das coxinhas], que a gente não sabe de onde elas tiraram. Ao longo do tempo, elas foram aprimorando.[A coxinha] ainda é o principal. É o que mais sai”, contou Gustavo Takemoto. Ele é sobrinho-neto de Tieko e Nenê, que faleceu recentemente, vítima de uma parada cardíaca. Atualmente, Gustavo está a frente da lanchonete, junto de seu pai.
O Tak Bar sempre foi um negócio familiar. Tanto que no ano passado, quando Tieko e Nenê precisaram se afastar do contato com o público por contada pandemia, Gustavo largou a advocacia para assumir o lugar.
Assim, as conhecidas coxinhas de frango do Tak Bar – “crocantes por fora e cremosas por dentro”, como os fregueses as descrevem, segundo Gustavo - continuam marcando gerações.
O Tak Bar fica na rua Pernambuco, nº3195, no Centro.
Torresmo do Bar da Dalva
Ela chegou em Votuporanga há 11 anos. Vinda de São Paulo (capital), onde tinha uma padaria, a comerciante Dalva José Borges Pedroso Baptista abriu um bar. Mas, como ela mesma contou à reportagem, faltava alguma coisa na sua estufa. Alguma coisa que combinasse com cerveja, pinga e afins. Aí, veio a ideia de fazer torresmos. E vendeu bem.
“O torresmo tinha ficado muito conhecido. Pessoas de Valentim e outras cidades da região vinham aqui para buscar. Aí começou Rio Preto.Na Copa [de 2014], eu cheguei a vender 80 quilos em um dia. Lotou. Fechou a rua aqui”, contou Dalva.
Atualmente, a comerciante toca o bar com seus filhos e sobrinhos e disse que vende 100 quilos do torresmo por semana. E, por mais de uma década, ele segue sendo o carro chefe do seu bar.
Agora, uma informação um tanto surpreendente. Apesar de ser a dona do “bar do torresmo”, ela contou que não é muito de comer torresmo. “Do porco, eu gosto da bisteca e da costelinha”, contou.
O Bar da Dalva fica na avenida Nove de Julho, nº716, no bairro San Remo.
Sorvete do Sorvetão
Esse é o clássico. Quem é daqui, conhece. Quem não é daqui, mas tem algum parente ou amigo votuporanguense, conhece também.
No cardápio da sorveteria Sorvetão, estão sabores conhecidos, como chocolate, morango, flocos, pistache e Ninho trufado - este, aliás, que é o favorito do momento. Mas quando você coloca a colher na boca, sente o diferencial.
A receita – ou, pelo menos, a base dela – é de 1976, quando a sorveteria foi fundada no município pelo senhor Amaral. No ano seguinte, Nivaldo Fiorentino a comprou. Isso depois de aprender o ofício com Amaral, que, por conta da sua idade avançada, quis passar o negócio e o conhecimento adiante para ficar perto da família.
Desde então, o senhor Nivaldo toca o negócio com a sua família. E o sorvete conquistou gerações e pessoas de mais de trinta cidades, conforme contou o comerciante.
“Foi a partir dessa receita que a gente foi aprimorando e fazendo cursos. Com a experiência, fomos criando outras receitas. Tive convites para montar sorveteria em mais de 30 cidades. Piracicaba, Campinas, São Paulo. Teve freguês até de Brasília que me convidou para montar sorveteria lá. Mas nós nos dedicamos aqui e estamos aqui até hoje”, contou o senhor Nivaldo.
Hoje em dia, quem está a frente da sorveteria é Gisele Fiorentino Viola, filha do comerciante.
Após mais de quatro décadas de serviço, o senhor Nivaldo agradece aos funcionários que, como ele descreveu, “vestiram a camisa” da empresa e, claro, aos fregueses conquistados neste período.
A sorveteria Sorvetão fica na rua Goiás, nº3445, no Patrimônio Velho.
Cerveja ‘branca’ do Cézar Festas
Cerveja “trincando” do começo ao fim da festa. Essa é a promessa (e o diferencial) das bebidas fornecidas pelo Cézar Festas. Quem disse isso foi José Cézar Marques, dono de lá.
O senhor José fundou a empresa em 1994. Desde então, ele e sua família fornecem a conhecida “cerveja branca” às festas da cidade, de churrascos a casamentos. A garrafa, estupidamente gelada, fica assim ao reagir com a temperatura ambiente.
“O cliente escolhe a marca, nós gelamos e fornecemos ela, do começo ao fim, nessa qualidade. Cerveja branca do começo ao fim da festa. Em todos os casamentos, nós somos a salvação da festa”, contou o senhor José Cézar.
Eles passaram a “salvar” as festas quando mudaram uma, digamos, política da empresa, que estava relacionada a um costume local. Quem explicou isso à reportagem foi Bruno Ricardo Marques, um dos filhos do senhor José Cézar.
“É que antigamente tinha-se o costume de servir a bebida só depois dos noivos entrarem no salão. Isso podia deixar os convidados desconfortáveis. Depois, a gente pediu que liberassem a bebida. Aí, quando a pessoa chega [na festa] com uma cerveja branquinha daquela,não vê defeito em nada”, disse.
Hoje em dia, o Cézar Festas trabalha apenas com delivery das bebidas. O senhor José Cézar toca o negócio da família com seus filhos, Bruno e Cézar Augusto Marques.
O Cézar Festas fica na rua Pernambuco, esquina com a Ceará, nº3086, no Patrimônio Velho.