Os pais da criança registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Votuporanga para investigar o caso
Heitor Castro Lopes morreu com apenas 1 ano de 5 meses Foto: Arquivo Pessoal
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
A morte do pequeno Heitor Castro Lopes, de apenas 1 ano e 5 meses, virou caso de polícia em Votuporanga. O bebê morreu no dia 12 de novembro de 2016 com, segundo uma médica da Santa Casa de Misericórdia, suspeita de meningite. No entanto, um lado do Instituto Adolfo Lutz, de São José do Rio Preto, deu negativo para a doença, o que fez os pais da criança registrarem um boletim de ocorrência da Polícia Civil para saber a causa da morte. Eles entendem ainda que houve negligência no atendimento do filho.
Com o laudo, sabe-se que a criança não morreu por conta de meningite, mas ainda não é possível saber a causa da morte. Os pais aguardam o laudo de necrópsia, que deve sair em meados de abril. Um inquérito instalado na Polícia Civil investiga o caso e, dependendo do resultado final do laudo, a intenção da família é entrar com processo contra a médica.
A indignação do pai da criança, que prefere não ter seu nome divulgado no momento, é enorme. Em conversa com A Cidade, ele contou que naquele trágico dia seu filho passou por três unidades de saúde da cidade: Mini hospital do Pozzobon, UPA e Santa Casa. Agora, além de querer saber o real motivo da morte, os pais entendem que houve negligência no atendimento, uma vez que o bebê esteve em três locais.
O laudo que deu negativo para meningite só saiu no dia 10 de janeiro, então, com o resultado em mãos, os pais procuraram a polícia. Dependendo do resultado, profissionais da saúde do Mini hospital do Pozzobon e UPA também podem ser investigados.
O fato da suspeita de meningite fez com que o caixão com o corpo da criança chegasse de Rio Preto lacrado, e essa situação revolta os pais. “As pessoas não queriam chegar perto da gente”, contou. Na época, uma menina de 4 anos, irmã de Heitor, precisou ficar sete dias internada em um quarto de isolamento para observação. “Ainda tivemos que passar por isso”, acrescentou.
Sobre a médica, o pai ressaltou que espera justiça no caso “para que ela não faça com mais ninguém o que fez com nosso filho”. A reclamação dos pais em relação à profissional não é somente por ela ter dado a morte como suspeita de meningite. Eles entendem que a médica não atendeu a criança da melhor forma possível.
Santa Casa
Por meio de nota, a Santa Casa comentou o caso: “a Santa Casa de Votuporanga informa que a criança deu entrada no Hospital com suspeita de meningite em estado grave e recebeu toda assistência necessária. Entretanto, diante da gravidade do caso, veio a óbito. Seguindo os protocolos dos serviços de saúde e para esclarecer o ocorrido, a Santa Casa orientou a família a encaminhar o paciente para Serviço de Verificação de Óbito (SVO) em São José do Rio Preto, órgão responsável por apontar a causa da morte”.