Com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos profissionais de saúde do município sobre as ações de controle à tuberculose, a Secretaria de Saúde, por intermédio da Vigilância Epidemiológica com as parcerias do GVE XXIX (Grupo de Vigilância Epidemiológica) de São José do Rio Preto e Subgrupo, promoveu na última quinta-feira (17) uma capacitação sobre a doença.
Dezenas de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e técnicos que atuam nos serviços de saúde de Votuporanga, além de estudantes de Medicina da Unifev, participaram do encontro, realizado na sede do Polo da UAB (Universidade Aberta do Brasil).
A qualificação foi pautada por discussões de casos reais e palestras de médicos e especialistas, entre eles, a infectologista – Dra. Regina Silvia Chaves, o médico da Vigilância Epidemiológica – Dr. Luciano Figueira e Nilza Gomes, do GVE XXIX (Grupo de Vigilância Epidemiológica) de São José do Rio Preto.
Para a enfermeira da Vigilância Epidemiológica e organizadora do treinamento, Fabiana Beneduzzi, a capacitação tem o intuito de abordar questões inerentes à busca ativa de casos ressaltando a importância do papel dos profissionais de saúde da unidade na identificação das pessoas sintomáticas. “Eles mantêm vínculo e contato permanente com os pacientes, por isso, é fundamental desenvolver sensibilização acerca da doença. A tuberculose é um problema de Saúde Pública e é de responsabilidade da Atenção Básica, prevenir, detectar os casos e tratá-los efetivamente” – explica.
Neste ano, 17 pessoas foram acometidas pela doença em Votuporanga. Em 2015, foram registrados 18 casos e, no ano anterior, 15 novos registros. O tratamento contra tuberculose é disponibilizado gratuitamente pela rede pública de saúde. “O paciente é acompanhado por uma equipe multiprofissional de saúde da Atenção Básica, sendo oferecidos a medicação e o acompanhamento diário das doses supervisionadas durante a semana e autoadministradas aos finais de semana. A duração do tratamento é de seis meses e o mesmo realiza exames de acompanhamento mensal para avaliar se o tratamento está sendo eficaz”, conta a enfermeira da Vigilância.
A maior dificuldade enfrentada pelos profissionais de saúde diante do agravo, segundo Fabiana, é a adesão integral ao tratamento pelo paciente. “O tratamento contra a tuberculose é prolongado e há reações adversas, porém é seguro e eficaz. Além do caso, a Atenção Básica investiga os contatos diretos desse paciente através do convívio familiar, local de trabalho e grupos de amigos”.
Dados da Secretaria de Estadual de Saúde de São Paulo mostram que dois bilhões de pessoas estão infectadas pela tuberculose em todo mundo. Duas milhões de pessoas morreram a cada ano pela doença.
As pessoas interessadas em ser submetidas ao exame de diagnóstico da tuberculose devem procurar as enfermeiras das unidades de saúde para a solicitação.
Sinais e sintomas
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, que afeta prioritariamente os pulmões, mas pode afetar também outros órgãos, como ossos, rins e meninges. É transmissível pelo ar, por meio da tosse e espirro.
Os principais sintomas são tosse persistente, por mais de três semanas, febre no final da tarde, cansaço fácil, dor no peito, emagrecimento e suores noturnos. Pode existir catarro esverdeado, amarelado ou com sangue. Alguns pacientes não exibem qualquer indício da doença e outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (ou meses).
Para prevenir a doença, é necessário imunizar as crianças obrigatoriamente no primeiro ano de vida ou, no máximo, até quatro anos, com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar.