Pacientes que necessitam do atendimento precisam se deslocar para o Hospital de Base de São José do Rio Preto
Aline Ruiz
aline@acidadevotuporanga.com.br
Desde o dia 15 de julho de 2012 que a Santa Casa de Votuporanga não conta com o serviço de neurologia. Sendo assim, pacientes que necessitam do atendimento precisam se deslocar para o Hospital de Base de São José do Rio Preto. O assunto já gerou polêmica e durante a sua gestão a frente da provedoria do hospital, entre 2013 e 2015, Valmir Dornelas chegou a afirmar que estava tudo encaminhado e que o serviço voltaria até o fim do ano passado, porém, não foi possível concretizar a sua vontade. Sendo assim, a instituição completa hoje quatro anos sem neurologia.
A Santa Casa foi credenciada pelo Ministério da Saúde para realizar procedimentos de alta complexidade em neurologia/neurocirurgia em novembro de 2008. Após quatro anos oferecendo o serviço, em 15 de julho de 2012 o hospital informou para o Departamento Regional de Saúde - DRS XV de São José do Rio Preto sobre a necessidade de suspensão dos serviços por tempo indeterminado.
Procurada pelo jornal A Cidade, a Santa Casa de Votuporanga preferiu não se posicionar sobre a possibilidade do serviço voltar a acontecer no município. Enquanto isso não ocorre, os pacientes que necessitarem de atendimento na área de neurologia/neurocirurgia vão continuar sendo transferidos para o Hospital de Base de São José do Rio Preto, que possui referência no serviço.
Relembre o caso
Na época, a Santa Casa divulgou um balanço dos quatros anos em que o hospital prestou serviços de neurologia. A instituição realizou 2.300 procedimentos na média e alta complexidade, sendo que 78% foram de pacientes do SUS, vítimas de acidentes automobilísticos, principalmente com motos, que foram os casos de traumatismo craniano encefálico, como também os casos de acidente vascular cerebral – AVC, tumores, aneurismas entre outros.
A justificativa para a suspensão dos serviços foi a falta de verba, uma vez que a Santa Casa atendia mais do que podia. O hospital possuía um teto mensal de R$ 27 mil no contrato SUS para atender a média e a alta complexidade da neurologia/neurocirurgia, só que produzia aproximadamente R$ 112 mil. Para suprir a demanda, a Santa Casa assumia um déficit de R$ 85 mil por mês, que não era pago pelo SUS, pois excedia as cotas e os valores previstos no contrato. Mesmo com a insuficiência dos recursos da tabela SUS, o contrato previa uma média de atendimento de 12 pacientes por mês, enquanto que a demanda real mensal era de 17 procedimentos apenas na alta complexidade.