Para o oncologista clínico do Hospital de Barretos, Dr. Hamilton Zúniga, diagnósticos precoce tem 100% de chances da cura
Da Redação
Mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas todo ano com câncer no mundo. Por isso, o Dia Mundial do Combate ao Câncer é lembrado neste 8 de abril para que tenha a prevenção ou até mesmo o diagnóstico precoce. O INCA, o Instituto Nacional de Câncer, estimou no último ano cerca de 580 mil novos casos para a doença.
Para o Dr. Hamilton Zúniga Veloso da Costa, residente em Votuporanga e médico oncologista clínico do Hospital de Barretos, que recebe na unidade de Jales cerca de 1.500 pessoas por dia, 60% dos pacientes já diagnosticados e com tratamento instituído são curados. Para isso, é necessário a realização de alguns exames de prevenção como “exames de próstata, cólon, mama e colo do útero são essenciais para o diagnóstico precoce e com isso pode-se ter 100% de chances da cura”.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Dr. Hamilton conta o porquê escolheu a especialização em oncologia. “Durante minha formação acadêmica comecei a ter entre outras matérias um gosto especial pela genética e biologia molecular.Esse interesse foi se aprofundando nos dois anos de residência de clínica médica e nos três anos subsequentes de residência em Oncologia Clínica. É uma especialização desafiadora e em constante evolução”, contou.
Para o médico, o tratamento do câncer evoluiu muito nos últimos 20 anos. Além das drogas mais modernas e poderosas no combate, o oncologista destaca outros fatores. “Somado a tudo isso, há também a multidisciplinaridade, formando um tripé, entre cirurgião, radioterapeuta e oncologista clínico. Desta forma pensamos sempre em um cenário de tratamento mais promissor e otimista para os nossos pacientes”, analisou.
Sobre a produção e liberação da fosfoetanolamina, que ficou conhecida como a ‘pílula do câncer’, o especialista tem uma visão mais cautelosa. “Acredito que neste momento a legalização da fosfoetalonamina seja equivocada, visto que para aprovação de qualquer medicação se faz necessária anos de estudos clínicos para se ter comprovações de eficácia e segurança”. Ainda precisamos esperar os resultados de estudos clínicos que começaram a ser feitos para termos a real noção de que medicação é esta e qual o impacto que trará para os nossos pacientes”, concluiu.
Superação
Cleuza Aparecida de Souza, de 58 anos, foi diagnosticada no dia 9 de agosto de 2013 com câncer na mama esquerda. O autoexame surgiu após uma coceira no seio e foi essencial para que a doença não avançasse. “Descobri em uma tarde tomando banho quando apalpei e senti o nódulo já grande. Acredito que o exame uma vez por ano não basta, o autoexame uma vez ao mês é necessário”.
Cleuza faz parte do APPTC, grupo de Apoio Psicológico a Pessoas em Tratamento de Câncer, promovido pelo curso de psicologia da Unifev. Todas as terças-feiras o grupo se reúne para trabalhar questões relacionadas ao luto e ao sentimento de perda vivenciado durante o tratamento. Para Márcia Cavalcante, uma das estagiárias que desenvolve o projeto, “o grupo é essencial para potencializar competências e habilidades, promover o bem-estar físico, psíquico, social e espiritual”.
Para Maria Celina Trevisan Costa, supervisora de estágio com ênfase em saúde do curso de psicologia da Unifev e professora da disciplina de psicologia comunitária, o grupo tem ajudado no tratamento de cada atendida. “Acredito que tem sido favorável para elas porque estão permanecendo no grupo e trazendo novas participantes e, além disso, conseguimos ver o quanto o grupo tem se ajudado”.
(Colaborou Gabriele Reginaldo)