Tivemos uma reunião muito importante ali na Santa Casa nesta semana. Havia um assunto primordial a ser tratado e, como em todas as reuniões, sempre, por vários motivos, e até por ansiedade no trato das questões, o foco principal se desvia. Nestas ocasiões, criam-se discussões paralelas e o resultado final, muitas vezes, fica prejudicado. Não foi assim que aconteceu, pois, em algum momento, mesmo tendo de ser enfáticos, fizemos com que o foco não fosse desviado e, com isso, é possível que a luta ali iniciada vá progredir.
Mas, estou falando de foco propositadamente e, principalmente, pelo momento eleitoral que estamos vivendo. Nas eleições, para este ano de 2012, o que todos temos de fazer é escolher bem os dirigentes dos municípios para os próximos quatro anos. É a grande oportunidade que todos as cidades do Brasil têm de colocar em cargos públicos pessoas ilibadas e que tenham a coragem de fazer as transformações necessárias para que o bem-estar geral seja melhorado.
Continuo acompanhando o deputado Carlão por vários comícios, em toda a região. Estou me divertindo e aprendendo com isso, pois, aqui em Votuporanga, durante meus 50 anos de política, sempre estive em cima de algum palanque, seja ganhando ou perdendo a eleição. Agora tenho o prazer de me colocar entre os ouvintes e sentir a pulsação de seus pensamentos. Uma lição inolvidável.
Mas, existe uma coisa que está me intrigando, ou melhor, me deixando preocupado. Muitas das cidades que temos visitado, e outras que ainda não fomos, estão tendo diminuição de suas populações. E por que isso?
Fora os problemas naturais de esvaziamento das lavouras que tem acontecido já há muitos anos, percebemos que não existe nenhum tipo de incentivo por parte dos governos para que cidades do interior possam fixar suas populações. Também, em muitas delas, mesmo que este comentário deixe algum “coronel” esbravejando, a permanência da mesmice nas prefeituras e câmaras, por vários anos, as impedem de se transformar. Não existe um esforço regional, sincronizado e forte, para fazer os tais governantes entenderem que precisam voltar suas vistas para o interior. Vejam um exemplo, somos grandes produtores de energia que abastecem os grandes centros industriais, carregando gente daqui, proporcionando a produção de produtos para serem vendidos por ali mesmo, pois, não existe o componente transporte. E, por que essa energia produzida por aqui não pode ser mais barata para nossos industriais e, ai sim, o componente transporte fica equilibrado? Nada disso acontece, mesmo que o exemplo dado seja um sonho, porque os políticos eleitos por muitos municípios não conseguem pensar grande. Ficam presos aos costumes de sempre, viajando sem parar a São Paulo ou Brasília, em automóveis caríssimos, muitas vezes com câmaras de vereadores futriqueiras que lhes “embaçam” a administração. Está na hora das populações exigirem novos métodos de trabalho para essa gente e, talvez, até arriscando na escolha e trocando a “cacicada”. Nas cidades onde a administração esta indo bem, a população precisa, manter o prefeito. Nesses casos a simples troca, por algum motivo mesquinho e invejas, ou porque não faz parte da rodinha de dialogo, é falta de juízo.
Em eleições, o voto precisa ser prático: jamais privilegiar o vizinho, o compadre, o frequentador da mesma religião ou o prestador de favores pessoais e, sim, colocar em cargos executivos ou legislativos pessoas com capacidade, bem intencionadas e que tenham vontade de trabalhar para todos e não só para si. Esse é o FOCO.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados