Reiteradamente tenho dito, aos meus companheiros de lutas políticas, que neste ano pretendo estar na platéia e não no palanque, porém, lembrando sempre, que jamais estarei me emudecendo em relação as questões de nossa cidade e região. Por mais modestas que tenham sido minhas contribuições, na área política, sei que estive perto em momentos importantes de nossa historia, e, também, aprendi com alguns cidadãos de Votuporanga, desde os que já se foram a outros que Graças a Deus ainda estão entre nós, que em determinados momentos decisões fortes precisam ser tomadas e a população tem o direito de ficar sabendo. Melhor dizendo, aprendi que administração de coisas públicas exige transparência total.
Não é por acaso que Votuporanga está se desenvolvendo a passos largos e possui uma serie de vantagens em relação a outras cidades de seu porte, ou mesmo maiores. Nada do que conseguimos aconteceu de um dia para outro, tudo teve inicio em outras épocas com muito sacrifício e com muito menos recursos. Felizmente tivemos pessoas que souberam dar continuidade a determinados empreendimentos públicos agregando gestão moderna e eficiente. Por isso mesmo tivemos a aprovação pelo Conselho de Saúde para nossa Faculdade de Medicina. E quem vai gerir esta escola? A Unifev, que nada mais é que aquela escola superior iniciada com muito suor ainda nos anos 60 e, hoje, um orgulho da cidade.
Ao mesmo tempo temos em Votuporanga um hospital atendendo pessoas de toda a região e até de outros estados. E, como já escrevi por aqui, esse hospital, nossa Santa Casa, não pertence a nenhum governo, é um feito do povo de Votuporanga. Uma instituição exemplar e competente.
Talvez o ilustre leitor não saiba, da mesma forma que o articulista que só tinha conhecimento por ouvir falar, que ali na Santa Casa funciona um centro de pesquisas médicas. Isso mesmo, centro de pesquisas médicas, coisa de grandes cidades e como dizem de primeiro mundo. Uma equipe liderada pelo Dr. Mauro Hernandes, executa um trabalho formidável e, pior, sem recursos. Isto mais uma vez demonstra como aqui em nossa cidade abnegação faz parte do cotidiano. E, da forma que adquiri a informação, nossos pesquisadores, em determinadas áreas, estão colocados em posição de destaque no cenário nacional e em alguns casos no cenário mundial. È assunto para quem entende e deve ser um orgulho para toda a cidade.
Por outro lado, sempre é bom lembrar, que mesmo existindo esse belo hospital, que na medida do possível atende milhares de pessoas curando-as, o próprio está doente. Não doente porque abusou de mordomias, mas sim, porque tem procurado atender a todos, por todo o tempo, e aqueles que deveriam financiá-lo com recursos suficientes não o fazem. Por isso a saúde do hospital está debilitada. Os déficits mensais são verdadeiros e não estão sendo cobertos por quem de direito, os governos estadual e federal. Penso que está na hora de alguém dizer aos nossos políticos, principalmente os federais que, se os “estados” não pretendem cumprir com suas obrigações que retirem da constituição os tais direitos na saúde. Ou o negocio é serio ou é brincadeira. Uma questão a se resolver.
Não se pode mais exigir que as comunidades, Brasil afora, fiquem tentando fazer quermesses e outras ações para financiarem os deveres dos governos. Penso, inclusive, que os abnegados administradores desses hospitais não devem ficar carregando em suas costas um peso que não é deles. Os governantes que tomarem medidas que impliquem em menos procedimentos nos hospitais e, também, nos AMES, devem ter a coragem de vir a público e assumir seus atos. Não podem deixar esse ônus para o pessoal dos hospitais, nem para Deputados e Prefeitos e muito menos para os funcionários de atendimento. Ou existe transparência e sinceridade nos atos governamentais ou o caos será instalado e pessoas serão prejudicadas. Que os responsáveis, instalados nos governos, cuidem do assunto.
E, Viva nossa nova Escola. Virá para coroar os 75 anos.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados