Com a chegada de final de ano, podemos notar que nada muda. Desde pequeno ficava a pensar que se o ano tinha doze meses, por qual razão o último chamava-se dezembro e não “dozembro”? Coisa de criança curiosa.
O fato é que o homem tem uma facilidade de misturar o santo com o profano, que o natal ficou tão secularizado que se tornou uma festa de aniversário sem o aniversariante.
Nesta época as pessoas bebem, comem, vomitam, fazem barracos, dentre outros comportamentos estranhos e poucos buscam venerar Aquele que veio para propiciar a salvação de nossas almas. O papai Noel é muito mais lembrado do que o próprio Jesus. Só que quando a morte chega pelos excessos nas estradas e prainhas na região, é Jesus que as pessoas clamam no momento de dor.
É bem cômodo o natal e o ano novo serem justamente separados por sete dias. O mundo capitalista para de produzir e começa a gastar desenfreadamente. Os parentes que não se suportam durante o ano, juntam-se em torno do patriarca para se estufarem de comida.
Na virada do ano é aquele festival de bombas que não respeitam o sossego alheio, que não imaginam que muitos têm cachorros, e principalmente que muitos têm filhos recém-nascidos. Todos ficam de branco esperando a meia noite para rituais profanos e infundados. O misticismo é a mola mestra para o ser humano. Deus passa longe nas comemorações. O negócio é oferecer oferendas pagãs e o aniversariante, pobrezinho que nasceu em Belém fica de lado.
Muitos ficam no sofá passando mal, sem saber se defecam no ano velho ou no ano novo, e nada muda.
A televisão começa um processo de retrospectiva que vai até março, como se durante o ano algo de bom tivesse sido apresentado. Ficamos revendo tudo novamente. Ninguém quer trabalhar em janeiro, exceto quem precisa, pois a reciclagem é total.
Que neste novo ano possamos mudar a história, e fazer do natal uma época de paz e união e não de mortes e promiscuidades como se tornou.
Antônio Lima Braga Júnior
toninho.braga@hotmail.com
Votuporanga - SP