Nem sempre as famosas novelas que assistimos seguem os rumos que imaginamos. E, por que isto? Simplesmente porque as pesquisas de opinião indicam ao autor que uma parcela da população gostaria que os rumos fossem diferentes daqueles que o próprio havia traçado. Mas, como se trata de novela, tudo vale para que o entretenimento seja interessante.
Infelizmente na administração pública acontece muito do que está escrito acima. Os governantes, mais interessados em permanecer nos seus tronos, ficam focados nos ibopes da vida. Por isso, deixam de tomar medidas importantes, que poderiam, em médio prazo, melhorar em muito a vida da população. É o império do imediatismo, é a “fome” pelas noticias de imprensa, para ver o nominho nos jornais. Tá cheio disto por ai. Sinal que não temos estadistas.
Também, sei lá como, em algum momento da história, recente ou passada, imagino que algum desses tomadores de chopinhos em barzinhos de praia, ou de cafezinhos nas avenidas de Paris, cunhou a tal frase de Politicamente Correto. Não dá para entender muito porque fizeram isto, a não ser que alguém tenha imaginado tirar proveito material desse “negocio”. Escrevo assim porque imagino, na minha simplicidade, que seria melhor dizer:-educadamente, honestamente, humanamente e outros adjetivos mais-correto. Falar da cor da tez, da opção sexual, das raças e de outras coisas mais é questão de educação, é questão de berço, jamais de Leis impositivas. Por isso mesmo faço uma pergunta: É Politicamente Correto os governantes não colocarem recursos na saúde como deveriam colocar; de permitir a existência de hospitais sucateados; de pacientes em corredor de hospital e de diretores de bons hospitais, construídos pelas comunidades, viverem mendigando verbas pelos corredores de Assembléias e Câmara de Deputados? Não! Isto é politicamente incorreto, isto é falta de atenção, de educação e de sensibilidade humana daqueles que são responsáveis por isso em todos os níveis. Inclusive, até penso que a Dilma, que vem tendo uma conduta interessante, está sendo motivada e enganada por alguns dos seus quanto à questão da emenda 29 e tentando plantar um novo imposto para a saúde. Parece que os pilotos de escrivaninha estão subestimando as reações que poderão advir em algum momento da indignação dos brasileiros.
Por todo o Brasil existem hospitais, construídos através de décadas pelas populações locais, e todos dirigidos por abnegados. Uns maiores e mais competentes que outros, porém, em muitas cidades é o que existe, é para onde as pessoas se dirigem nos seus momentos de necessidade e dor. Precisam de ajuda, precisam das verbas dos governos, e são tratados como estorvo e sugadores de dinheiro pelos Deuses governamentais. Quando alguma autoridade, com raras exceções, resolve “doar” alguns tostões, sempre se acham no direito de fazer alguns sermões. Deviam, isto sim, agradecer ao povo dessas comunidades por estarem fazendo e se antecipando ao que governos não conseguem fazer. Mas alguém pode dizer: O governo da Republica diz que não existe dinheiro para a saúde. Existe sim. Existe muito dinheiro por ai, existe até dinheiro para corrupção, para estádios bilionários e para salários enormes. Então, porque não existe dinheiro para a saúde? Porque estão fazendo tudo politicamente incorreto, pensando apenas nas tais pesquisas e se preocupando com os cargos. O corporativismo dos aproveitadores dos estados é maior que a dor de uma criancinha. É um absurdo o que ocorre com a área da saúde em nosso pais.
Em meio a tudo isto, cruelmente real, vem o lado da falta de informação correta ao povo. Vejam só, quando chega algum recurso, à exemplo de nossa Santa Casa, muitos, por desinformação, pensam que ali sobra dinheiro. O deputado Dado tem lutado enormemente para conseguir recursos, conseguiu até que alguns outros Deputados enviassem alguma verba, mas o governo federal não tem “chegado junto”. O Carlão, com apenas oito meses já fez com que mais de setecentos mil caíssem nas contas do hospital. Muito bem, é daí, tá sobrando dinheiro por isto? Que nada, ali, no hospital, que é hoje um hospital regional, existe um déficit crônico de mais de quatrocentos mil por mês, quase cinco milhões por ano. Por isso meu caro leitor e amigo, quando ouvir alguém dizendo que a Santa Casa está nadando de braçada informe-o que não é assim e que o buraco está mais embaixo. Também, diga que Graças a Deus, desde nosso Prefeito Juninho, os Deputados locais Carlão e Dado e alguns outros como o Rodrigo, o Julio, o Emannuel e o Vaz de Lima ainda a nossa diretoria vai conseguindo tocar esse estabelecimento exemplar. Isto, mesmo que os governos não cumpram com suas partes e o secretário Estadual de Saúde não se digne vir nos visitar, politicamente incorretos.
Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados