Estamos em meio a um tempo de modernidade explicita, onde fatos inimagináveis ocorrem todos os dias. A internet, sem dúvida nenhuma veio coroar este período. O computador passou de uma máquina para administrar dados, para um equipamento de entretenimento dos mais variados.
Sou do tempo da velha máquina de escrever, que já me fascinava. Eu achava os tipos dela de uma engenharia enorme, e com minha Olivetti portátil, pude escrever e levar para o mundo os meus pensamentos, já que falando eu nunca fui muito bom.
Mas voltamos aos tempos atuais, pois nostalgia não é o intuito do meu artigo. Depois de acompanhar o surgimento da internet, as salas de bate papo, os e-mails, a onda agora são as redes sociais. Elas unem as pessoas, ajudam a encontrar amigos desaparecidos, dentre outras funções.
Todavia o twitter foi o que se tornou uma mania na rede. O chamado micro blog envia e recebe atualizações pessoais de outros contatos em tempo real. A onda tomou conta de todos, inclusive jornalistas, políticos, celebridades, jogadores e também pessoas normais.
Acontece que as pessoas exageram no uso da tecnologia, e o twitter passou a ser uma arma. Artistas brigam pelo twitter, jogadores desabafam, políticos se complicam, atores mostram o que tem de mais podre em suas vidas, e depois tentam consertar via twitter, piorando ainda mais a situação.
Não posso esquecer-me das frases absolutamente desnecessárias para a humanidade, do tipo “vou dormir”, que mostra o quanto as pessoas querem mostrar para o mundo que elas existem. Esse é o mal que assola o serviço. Afinal, qual a importância de saber que, tal hora do dia, fulano fez tal coisa? Nada pior que aquele seu amigo que passa o dia “twittando” sobre o que comeu no almoço, que programa viu na TV, ou que sonhou na noite anterior, etc.
Pelo twitter, até jornalista da Globo falam mal de seus colegas de emissora. O escritor de novelas Aguinaldo Silva vive alfinetando todo mundo. O ator Silvester Stallone falou mal do Brasil, e ficou numa situação embaraçosa, jogadores de futebol batem boca com torcida e depois fecham portas para novos contratos. É tanta asneira que acontece nesse universo, que os benefícios ficam em segundo plano. No ano passado a revista Veja, demitiu um funcionário que falou mal da empresa no micro blog.
E o mais asqueroso nessa moda é o golpe de misericórdia no assassinato da Língua Portuguesa. Como só é permitido 140 caracteres, as abreviações acontecem o tempo todo. Só que o que muitos não sabem é que as abreviações na nossa língua também têm regras, só que não são seguidas. O resultado é um caminho sem volta para a ignorância podre que assola o Brasil. Em breve seremos todos zumbis alienados numa tecnologia que de tão boa, passou a ser uma verdadeira arma.
Antônio Lima Braga Júnior
toninho.braga@hotmail.com
Votuporanga - SP