Sem perder de vista alguns assuntos intrigantes vou inicialmente comentar sobre um, festivo, que vai dar muito o que falar no próximo ano. Pois é, meu caro leitor: você sabia que em 2012 Votuporanga completa 75 anos de idade? Isso mesmo, uma data significativa para a história de uma cidade, mesmo considerando que por esse mundo afora existem outras que devem ter milhares de anos. E, por isso mesmo o nosso jovem Prefeito Juninho já está tomando atitudes para que essa comemoração seja marcante. Parece que inicialmente colocou o secretário Diogo e seu companheiro Jorginho Xavier para coletarem dados que possam ficar registrados na história. Eu mesmo fiz um acordo com ele para que houvesse um marco em homenagem aos pioneiros, e parece que o Juninho vai construir um monumento na Praça da Matriz. E, sobre esse marco, que vai abranger o período inicial de 37 até 62, ou seja, os 25 anos iniciais, o pessoal envolvido vai necessitar conhecer os nomes das famílias que chegaram e se fixaram por aqui desde essa época. Acontece que o tempo está passando e o nosso Prefeito, sempre atarefado porque tem um sonho por dia e fica tentando viabilizá-los, ao mesmo tempo que almoça em Votuporanga janta em Brasília ou São Paulo, não tem se reunido com a equipe para que algumas definições sejam implementadas. Com isso o Jorginho e o Diogo vão coçando a cabeça e correndo atrás do prejuízo. Por isso mesmo tomo a liberdade de sugerir aos amigos da cidade que conheçam e tenham documentos de fatos históricos que procurem algum dos dois e forneçam as informações. E, com certeza, no final vai dar tudo certo.
Muito bem, escrito isto acima, vamos um pouco ao que intriga. Um dos casos é o do trânsito. Vejo muitas pessoas reclamarem dos exageros cometidos por motoristas e motociclistas. Muitos ainda acreditam que a solução é a educação. Também sempre pensei assim, desde que o poder público faça os devidos avisos em tempo. Infelizmente a realidade vai nos levando a pensar outras coisas, como que o aumento significativo de veículos rodando talvez não permita o tempo necessário para uma conscientização sem que graves acidentes aconteçam. Por isso mesmo, talvez, esteja na hora de abandonarmos o lado emocional e tradicional e partirmos para soluções mais práticas, que realmente possam inibir as más condutas no trânsito, sem abandonar jamais o trabalho de conscientização. Colocar radares por aí, já não é mais nenhum pecado e precisa ser entendido como um breque nessas más condutas. Também, isto não precisa ser feito imediatamente, podendo levar um ou dois anos para que se implemente o sistema, porém, desde já alertando a todos para que se cuidem, aprendendo os limites possíveis e quando o sistema estiver funcionando não sejam penalizados. É uma questão a ser pensada e discutida e, onde o poder público precisa ser apoiado pelos munícipes bem intencionados.
Outra questão muito grave é o caso das favelas. Não faço parte dos núcleos de decisão e nem tenho conhecimento jurídico para analisar certos aspectos, porém, o caso das favelas precisa ser tratado com maturidade e seriedade. Numa cidade bonita como a nossa, daqui a pouco aquele velho ditado popular: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento” vai se inverter para: “Por dentro tudo bonito, por fora muita feiúra”. Em um país que os governos ficam cantando de galo com programas de casas, não é possível que nossa cidade não possa acomodar as pessoas que vivem nas favelas em lugares mais dignos. Veja bem, da forma que Votuporanga está se desenvolvendo e se mostrando para o país como uma cidade onde muitas iniciativas promovem o bem estar e o conforto dos que vivem por aqui, vai ficar muito difícil explicar que a existência de favelas não seja um descaso de todos. Este, penso, é um assunto seríssimo, para tomadas de atitudes rapidíssimas. Aqui, também, o Prefeito precisa do apoio decidido de todos.
Acredito que Votuporanga, hoje um exemplo regional em vários setores, não pode mais se dar ao luxo de avançar sem resolver problemas que maculam a imagem de cidades já centenárias.
Diferente, para melhor, é ter coragem de ser diferente para melhor!
Nasser Gorayb é comerciante e escreve neste espaço aos sábados - nasserartigo@terra.com.br