Temos acompanhado atentamente todos os episódios envolvendo a duplicação da nossa Rodovia Euclides da Cunha. Desde o anúncio da ordem de serviço feito pelo então Governador Alberto Goldman até os dias de hoje, foi um tal de “começa” e não começa” sem fim. Boatos e posicionamentos oficiais se alternam com frequência na impressa, enquanto o asfalto fica úmido com as lágrimas de tantas famílias e continua se tingindo com o sangue dos inocentes. Todos os dias, os acidentes anunciam em letras garrafais que a morte existe, é cruel e não perdoa e ninguém pode mais aceitar essas atrocidades como simples fruto da irresponsabilidade de motoristas ou do estado de conservação dos veículos. Por isso, faço eco à indignação de toda a população para que esta novela acabe e o início das obras se efetive o mais rápido possível.
Dentre os batalhadores que lançaram-se à luta, o prefeito Junior Marão tem realizado ininterruptos contatos com as altas esferas para concretizar as promessas de duplicação. Vejo ainda com alegria indisfarçável a ação das câmaras municipais, convocada pelo nosso presidente Meidão. É salutar saber que vaidades pessoais e tolas rivalidades do pretérito estão sendo sepultadas em nome da preservação da vida. Muitos criticam, acham que é “tiro n’água”, mas é a velha história do beija-flor querendo apagar o fogo na floresta. Sozinho, nada conseguirá, a solução está na somatória de esforços e, que além dos discursos, se parta efetivamente para a ação. Os vereadores vão conseguir? Não sei, mas eles estão fazendo a sua parte e isso é louvável. O importante é que façamos alguma coisa para alterar este estado de inércia.
Na semana passada, acompanhei o deputado Carlão Pignatari nas suas peregrinações junto aos gabinetes no Palácio dos Bandeirantes e confesso, estou otimista. Ele levou aos novos integrantes do Governo Paulista o inconformismo e o incômodo de todos com relação a esta verdadeira novela que não se desenrola, deixando claro que a população regional está farta de promessas e que está unida para resolver de vez esta questão. Não se trata de enfrentamento, mas de se fazer prevalecer o senso de justiça para com uma das mais promissoras regiões do Estado, com ampla vocação de progresso e desenvolvimento, mas que, todavia, jaz estagnada graças ao gargalo de sua principal artéria, a Rodovia Euclides da Cunha.
A duplicação, além de ser uma reivindicação antiga da região, é de importância estratégica para o noroeste paulista, poderoso polo econômico, que tem na rodovia sua principal ligação com os grandes mercados consumidores do país e do exterior. O cancelamento do início das obras causa justa indignação nas lideranças políticas e nas entidades de representação empresarial, que consideram ser este empreendimento imprescindível para que a economia regional se efetive. Por isso, identificam, também, que o adiamento é um desrespeito à sociedade, o que justifica reafirmar que a burocracia inepta e lerda é o maior “gargalo do desenvolvimento”. Se a pressão política não der certo, haveremos de buscar outro modelo de ação, mas jamais desistiremos.
Cabo Valter Pereira - Vice-prefeito de Votuporanga