Viajei até Rio Preto junto com meu pai, que tem seus 73 anos de luta e de muito trabalho no sítio. Quando chegamos próximo a Bálsamo avistamos à beira da rodovia, do lado do meu pai, uma plantação e ele exclamou: “Nossa, que arroz alto!”. Olhei para meu velho e dei risada. Novamente ele olhou para a cana-de-açúcar e achou estar vendo uma plantação de arroz.
Veja só como ele viu a tal situação em que tudo está se transformando e às vezes o pessoal jamais iria acreditar que um dia a cana poderia se parecer com uma plantação de arroz. Sei que ele falou aquilo indiganado com a transformação de nossa natureza. De repente passamos por um buraco na pista e ele novamente comentou: “Isso é por causa dos caminhões que transportam o arroz alto”.
Eu me pergunto: como será que as pessoas usavam a rodovia Euclides da Cunha quando as velocidades eram compatíveis aos veículos fabricados? Hoje temos urgência em resolver as polêmicas de maneira que não fique procurando quem é que vai dar início às obras desta rodovia.
Quando você senta em seu veículo e olha para o painel, logo vê o marcador com a velocidade máxima bem acima do permitido. Pergunto eu: Por que não tem uma lei que proíba essa fabricação, já que eu não posso utilizar essa velocidade?
Acredito que ninguém vai resolver o problema e os veículos continuarão sendo fabricados com máximas de mais de 200km/hora. Diz que é potência, mas não diz que é preciso andar numa pista separada do trânsito normal que é no máximo 110km/hora.
Quando recebemos uma multa, logo me questiono porque a fábrica não se responsabiliza pela conduta de alta velocidade já que ela é a responsável pela infração do condutor.
Assim como quando foi feita a nossa rodovia Euclides da Cunha, só tinha veículos menores e cargas que a rodovia sustentava. Agora estamos vendo os deputados fazendo as suas manobras para que esta rodovia, quando estiver transportando arroz alto seja um pouco mais reforçada em seu trânsito.
Hoje estou com 52 anos e jamais gostaria de ter visto quase todos os dias esta rodovia sendo uma pequena forma de piada nas mãos daqueles que foram eleitos por nós, ou será preciso fazer uma manifestação fechando por vez a rodovia e pedindo ao tribunal de contas para que analise o que está acontecendo? Afinal só o tribunal poderá nos dar a resposta.
Sempre lembrando que não sou só uma pessoa indignada, mas a população de uma região inteira. Aos que acharem que não está bom se manifestem, os demais permaneçam como estão.
Eram estas as minhas palavras, arroz alto.
Jurandir Augusto Gasi é microempresário em Votuporanga