Urge, neste mês de janeiro, que os paulistas prestem atenção ao necessário combate à dengue. O calor e as chuvas chegaram com força, tornando o momento propício para que o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, possa se reproduzir. Por isso todo o cuidado é pouco.
É importante reforçar o alerta porque, apesar das inúmeras iniciativas e ações das três esferas de governo que integram o SUS (Sistema Único de Saúde), incluindo elaboração e acompanhamento de planos de contingência, campanhas, arrastões, visitas casa a casa, nebulização e medição dos índices de infestação, 80% dos focos do mosquito estão no interior das residências.
Ao longo do segundo semestre de 2010 a Secretaria de Estado da Saúde desenvolveu um importante trabalho de capacitação de 6 mil agentes em todo o Estado de São Paulo para aprimorar o trabalho de controle de vetores e atendimento aos cidadãos com suspeita de dengue. Foram realizadas, no total, 51 oficinas, envolvendo 330 municípios considerados prioritários.
A iniciativa teve dois objetivos fundamentais: focar, de um lado, o controle do mosquito transmissor nas residências e em estabelecimentos com grande probabilidade de alojamento de criadouros (imóveis estratégicos e especiais) e, de outro, a avaliação de risco dos pacientes atendidos nos serviços de saúde, organização dos serviços e manejo clínico dos casos.
Dessa forma, garante-se mais efetividade nas ações de campo para combater o Aedes aegypti e assegura-se maior eficiência no atendimento aos casos suspeitos, evitando que pacientes infectados com o vírus da dengue evoluam para casos mais graves, como a febre hemorrágica, por exemplo.
Mas a guerra contra o mosquito da dengue deve ser diária e constante. E é uma luta que, obrigatoriamente, inclui a participação solidária de todos os cidadãos. Por isso convocamos os paulistas para que sejam aliados do poder público e adotem medidas para que não haja recipientes com água parada nos imóveis. No site da Sucen (www.sucen.sp.gov.br) é possível ter acesso a dicas importantes para eliminar possíveis focos do mosquito da dengue.
É hora de unir forças. Nos quatro primeiros meses do ano, sobretudo, quando aumenta a quantidade de mosquitos, o Aedes aegypti costuma atacar com maior frequência. A dengue, mais do que nunca, precisa da sua atenção.
Affonso Viviani Junior, médico, é superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo