“Aqui, o avanço e a modernidade convivem tão bem com o atraso que poucos se dão conta da esquizofrenia que isso envolve. Por exemplo: O Brasil tem o sistema de votação e apuração de votos mais confiável do mundo - para eleger certos políticos em que ninguém, em sã consciência, confiaria o cachorro para passear na rua”. (Folha de São Paulo - 4 de outubro). “O país tem recursos inimagináveis em energia e ferramentas de última geração para explorá-los. Mas os ministérios a que tais riquezas se subordinam, de alta especialidade, são entregues a políticos profissionais de quem se duvida que saibam extrair uma raiz quadrada”, disse ainda o articulista do jornal. Há muito tempo não deparamos com conclusões tão verdadeiras e tão cheias de conteúdos convincentes. Numa rápida conferência na lista de candidatos a Presidente, Governador, Senado, Câmara Federal e Estadual deparamos com uma tristeza infinita de saber que este país tão promissor e tão emergente possa aceitar como seus possíveis dirigentes pessoas sem nenhum conhecimento político, sem nenhuma habilidade administrativa. É lamentável que tenhamos de aceitar esse quadro tão asqueroso e cheio de vergonha para o resto do mundo. Devemos ter entre outras glórias, também a de campeão de incompetências na arte de dirigir um processo tão sério como o processo eleitoreiro. Na nossa realidade a tecnologia brasileira assume a liderança pelo uso de objetos modernos e práticos, mas a maioria das cidades não possui sequer esgotos. Será que somos um país diferente de todos os outros? Será que em outros países também podem ser eleitas marionetes ou expoentes de palhaçadas por lógica apropriação da oportunidade de protesto inoportuno? Não creio muito. Isso tem alto preço e nunca os que promovem esses fenômenos pagam as despesas dessa genialidade reversa. A legislação deste país está complicada e é muito retrógrada. De políticos que nas campanhas apostam em reformas eleitorais, reformas tributárias, distribuição de renda, código penal, etc., estamos cheios, mas quando estão no poder pouco ou nada fazem para que isso seja de fato uma realidade. Essa história é antiga e precisa ser excluída do vocabulário insalubre da maioria dos representantes. A esperança é pouca. A maioria deles são células expressivas do nosso povo e dessa forma espelham nada menos que a sociedade corrupta que escondemos não ser. Somos divididos em não mais que dois grupos: Os que roubam e se beneficiam do dinheiro público e os que estão esperando a oportunidade para fazer isso. A maioria das pessoas deste país faria a mesma coisa que os assaltantes oficiais: mentiria, roubaria, corromperia e até mataria se para isso fosse necessário quando se busca apropriar-se indevidamente de coisas alheias. Tudo isso é lamentável, mas é esse o nosso quadro neste momento. Neste país já não precisamos fazer doações para as pessoas necessitadas e muito menos para as entidades, o governo social que temos está incumbido de realizar a façanha. Nem precisamos mais contribuir a cada final de ano com as listinhas das cestas natalinas, o bolsa-família já faz isso com muita sobra. Empregos para nortistas e nordestinos também não se faz necessário. Eles pertencem a um curral eleitoreiro que dispensam quaisquer fontes trabalhistas. Se você não os conhece e deseja conhecê-los apresente-lhes uma carteira de trabalho. Tenha certeza, eles desaparecerão de sua frente em poucos segundos. Se já chegamos à conclusão que existe analfabeto sendo votado imagine você quantos analfabetos estão comparecendo para votar! Deus nos livre do que as urnas dizem.
Professor M.Sc. Manuel Ruiz Filho - Votuporanga - manuel-ruiz@uol.com.br
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