Afirmação é do capitão Edson Fávero, que ressaltou ainda a fragilidade na legislação, já que a PM prende e a Justiça solta em seguida
O capitão da PM de Votuporanga, Edson Fávero, explica o motivo do aumento de ocorrências de furtos e roubos a cada mês (Foto: Aline Ruiz/A Cidade)
Aline Ruiz
Ocorrências de furtos e roubos são as que mais têm preocupado a Polícia Militar e os moradores de Votuporanga. A realidade aponta que, na maioria dos casos, o criminoso é usuário de drogas e geralmente está à procura de objetos de baixo valor para usar como moeda de troca no tráfico. O capitão da PM, Edson Fávero, lamenta a chamada indústria de furtos, roubos e tráfico de drogas que, para ele, estão totalmente ligados.
O capitão da PM de Votuporanga, Edson Fávero, explica o motivo do aumento de ocorrências de furtos e roubos a cada mês. “O que alimenta a indústria de furtos, roubos, tráfico de drogas e violências em geral são as pessoas que fazem uso de substâncias entorpecentes”, afirmou o capitão.
Para ele, o conhecido “usuário social” de entorpecentes é desculpa esfarrapada. “Por trás de uma única porção de droga há um traficante que se utiliza de todo e qualquer subterfúgio de violências e crimes para se estabelecer no mercado das drogas. O usuário social de hoje é o criminoso ou presidiário de amanhã, o futuro paciente de clínicas de recuperação de drogados, o futuro agressor de sua própria família”, salientou.
O capitão ressalta que os pais devem ser responsáveis por seus filhos crianças e adolescentes, que iniciam suas caminhadas nas drogas cada vez mais precocemente. “Eles devem monitoradas suas companhias, as festas que frequentam. Pais irresponsáveis que não fazem isso no presente, certamente se arrependerão das consequências no futuro, em portas de presídios”, completa.
Prisões em Votuporanga e fragilidade na legislação
O capitão da PM ressaltou que no mês de agosto a PM realizou 59 prisões de criminosos em flagrante delito e procurados pela Justiça. Deste total, continua o capitão, dezenas são soltos no momento da prisão por pagamento de fianças ou no dia seguinte, durante Audiências de Custódia. “Quem imagina que esse “voto de confiança” passado pela Justiça a esses criminosos desestimulam os criminosos a praticarem crimes, estão redondamente equivocados, é um “cheque em branco” para que voltem às ruas e continuem a praticar crimes. É o que vemos constantemente acontecer”, comentou.
A fragilidade da legislação, de acordo com o capitão, gera desconforto, já que os policiais veem suas atuações esvaziadas logo após suas atuações, pois, constantemente, diferentemente de outros órgãos também responsáveis pela Segurança Pública, são cobrados diretamente pelos crimes que ocorrem na cidade. “Impera nos policiais militares a sensação de que a PM está enxugando gelo”, finalizou.