Denúncia de abastecimentos de veículos pagos pela Prefeitura em comício será avaliada em audiência hoje, no Fórum
Prefeito reeleito, Calimério Correa Sales é alvo de acusação da coligação derrotada
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
As eleições ainda “não terminaram” em Álvares Florence. Hoje, às 13h, na Sala de Audiências da 4ª Vara do Fórum da Comarca de Votuporanga, o prefeito reeleito Calimério Correa Sales (PMDB), o vice Elcio Geraldo de Oliveira, conhecido como Preto (PSDB), advogados da coligação derrotada na eleição e testemunhas de defesa e de acusação irão se encontrar para uma audiência de instrução. A coligação “Fazendo mais por você”, vencedora no pleito, responde a acusação de ter abastecido veículos que levaram eleitores para um comício durante a campanha com dinheiro da Prefeitura.
Já o prefeito reeleito Calimério Sales e a advogada de defesa, Tatiane Secundino, garantem que nada foi pago com dinheiro público ou dos candidatos, mas pelos próprios eleitores simpatizantes da coligação. Eles se dizem tranquilos quanto à situação.
A acusação apresentou ainda um vídeo dos momentos em que os carros foram abastecidos no posto central da cidade. Um dos advogados, Bruno César de Caires, diz que é pedida a “cassação da chapa eleita com base em abuso de poder econômico”. O caso é avaliado pelo juiz eleitoral Camilo Resegue Neto, que comandará a audiência de hoje, e é acompanhado pelo Ministério Público.
Acusação
Segundo a acusação apresentada à Justiça Eleitoral, assinada pelo advogado Silvio Roberto Seixas Rego, da coligação “Eu acredito, avança Álvares Florence”, representada por Jeferson Giovanini e formada pelos partidos DEM, PTB, PSB e PV, foram citados como autores de crime eleitoral o prefeito eleito Calimério e o vice Preto, da Coligação “Fazendo mais por você”, formada pelos partidos PMDB, PSDB, PSD, PPS e PT.
De acordo com a denúncia, Calimério, aproveitando o cargo de prefeito e ordenador das despesas, praticou “condutas que violaram o princípio de isonomia no processo eleitoral em prol das candidaturas dos representados”. O texto afirma que houve irregularidades no dia 18 de setembro, um domingo, data em que foi realizado um comício no distrito de Boa Vista dos Andradas.
A acusação aponta que o prefeito e o vice, na tentativa de incentivar a participação de eleitores no comício, utilizaram-se da distribuição de gasolina custeada com recursos públicos, mediante o abastecimento de veículos não oficiais em um posto em frente à igreja Matriz de Álvares. “Esse posto de abastecimento é fornecedor da Prefeitura Municipal e rotineiramente não abre aos domingos. Neste dia em especial, abriu”. Foram anexadas aos autos do processo imagens que segundo a coligação derrotada, mostram parentes do prefeito Calimério no posto para “controlar” o abastecimento ilegal de veículos dos eleitores que iriam comparecer ao comício, e que a conta seria paga pela Prefeitura.
Calimério
Em contato com a reportagem do A Cidade, o prefeito reeleito de Álvares Florence com 52,84% dos votos (1946 eleitores), Calimério Luiz Correa Sales, preferiu deixar sua defesa para a advogada que cuida do caso, Tatiane Secundino. Entretanto, deixou um recado ao povo de Álvares Florence. Ele diz estar tranquilo frente às acusações. “Tudo será esclarecido. Fizemos carreatas do mesmo modo que a coligação que perdeu também fez. Eles sabiam que não iriam ganhar a eleição e agora fazem acusações”, comentou.
Já a advogada Tatiane Secundino afirmou que a denúncia é sobre um suposto abuso de poder econômico, que não aconteceu. “Não condiz com a realidade. O abastecimento foi organizado por simpatizantes da campanha, e não pelo prefeito e pelo vice. Foram os simpatizantes que pagaram as contas, algo que fugiu do controle dos candidatos”.
Tatiane diz que a despesa também não foi paga pela Prefeitura Municipal e que foram emitidos cupons fiscais que serão apresentados à Justiça Eleitoral, que comprovam a inocência. “Tudo foi feito dentro da legalidade”, afirmou. A advogada também disse que espera que os fatos sejam esclarecidos com tranquilidade pela Justiça.