Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O tão aguardado momento em se obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) se tornou motivo de muita dor de cabeça para algumas pessoas. É que uma autoescola da cidade encerrou seus trabalhos, por estar suspensa pela 29.ª Ciretran (Cirscunscrição Regional de Trânsito) de Votuporanga, e não teria comunicado seus alunos. Eles, por sua vez, estão procurando seus direitos e deixaram seu registro de indignação por uma página da rede social Facebook, o "Reclame Votuporanga".
Rosana de Araújo Santos tem 32 anos. Como é manicure e atende clientes nas casas, decidiu tirar sua CNH. Ela contou para a reportagem que em setembro deste ano, efetuou sua matrícula na autoescola. O valor foi de R$ 1.200 à vista, somado com mais R$ 600 para que seu marido adicionasse mais uma categoria ao respectivo documento. O cheque de R$ 1.800 caiu em dois dias.
Rosana fez as aulas teóricas e passou na prova escrita. As aulas práticas, que deveriam somar 40 horas (20h de carro e 20h de moto), Rosana nem atingiu a metade. A prova final deveria ocorrer ainda na primeira quinzena de dezembro.
Bloqueio
Entretanto, desde o último dia 21, Rosana teve dificuldades em obter informações sobre o restante das horas que deveriam ser completadas. Ao registrar sua ida na autoescola, através da biometria (impressão digital), o sistema acusou que o respectivo CFC (Centro de Formação de Condutores) havia sido bloqueado pela Ciretran de Votuporanga e até pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo). A orientação, ainda na tela do computador, era que a aluna procurasse pela Ciretran.
Rosana foi até a Ciretran, mas de início, nenhum dos funcionários estaria autorizado a falar sobre o caso. Ela chegou a conversar com o delegado titular, Osny Marchi, que a teria orientado a resolver o problema na própria escola; caso não chegassem em um acordo, o recomendável seria registrar o fato na delegacia, através de um boletim de ocorrência.
“Eu fiquei indignada com esta situação, porque ao mesmo tempo que eu estava buscando por informações, os funcionários da autoescola estavam recebendo mais alunos e efetuando a matrícula”, disparou.
Motivos
O que Rosana ficou sabendo é que a autoescola estava com situações pendentes e que os alunos seriam encaminhados para outros estabelecimentos do ramo. Rosana já procurou outra escola, e deve tirar do bolso mais R$ 771 pelo término do curso, até conseguir sua sonhada carta.
Ela contou que a autoescola devolveu R$ 274, referente ao restante de aulas que deveriam ser realizadas. Sua prioridade, no momento, é tirar a CNH para poder trabalhar. Se achar necessário, pedirá orientação a um advogado.