O investigador Jairo Pereira alertou os pais sobre a pedofilia, durante a reunião do Conseg ontem
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
Atenção, pais: todo cuidado é pouco quando os filhos estão na frente de um computador para fazer o uso de redes sociais e msn (troca de mensagens instantâneas). Isto porque não se sabe quem está do outro lado e quais as suas verdadeiras intenções em manter o contato.
O Conseg (Conselho Comunitário de Segurança)/Centro realizou na manhã de ontem uma reunião que visava informar pais, professores e até jovens sobre a exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes por meio da internet. A palestra foi ministrada pelo investigador de polícia Jairo Antonio Bertelli Gabaldi Pereira. Ele é pós-graduado em Direito pela Unisul e com participação de curso de especialização em São Paulo com policiais da Flórida (EUA) e Portugal. Realiza palestras e pesquisa sobre o tema, além de estudar os crimes virtuais.
O tema atraiu alunos do 2.º ano do Ensino Médio do Manuel Lobo (IE), pais e coordenadoras dos cursos de Psicologia e Serviço Social.
O investigador é membro do Conseg e contou que sempre teve interesse em desenvolver um serviço na comunidade que visasse ajudar a todos. Quando participou de um curso de enfrentamento, prometeu que uma das suas metas seria passar o conteúdo adiante. Em toda a região noroeste, Jairo tem levado este trabalho em escolas, igrejas, clubes de serviço e entidades. Para ele é necessário divulgar a pedofilia a nivel nacional, assim como existe campanha para o combate à Aids e às drogas, para que se possa atingir a todos.
Monitoramento
Jairo disse que os pais devem estar atentos sempre. “Vocês tem monitorado com quem os filhos estão conversando pela internet? As crianças de hoje estão desprotegidas e são os pais que devem garantir esta proteção”, falou.
Ele orientou que os monitorem as amizades dos filhos e queiram saber o conteúdo que é utilizado na internet. Mas cobrou atenção máxima dos pais, porque as vezes as amizades que estes acreditam que os filhos têm são benéficas. Sugeriu que os pais fiquem cinco minutos com os filhos para ver quais são os tipos de conversas entre os amigos virtuais.Acreescentou ainda que, na média, 70% dos amigos adicionados nas redes sociais são desconhecidos.
Jairo ainda expôs que na maioria das vezes, os pais acham nornal os filhos conhecerem uma pessoa pela internet e já autorizarem uma visita (ou viajar) até a casa, só porque monitorou a conversa pela webcam e viu que a pessoa teria uma boa aparência/comportamento. “Geralmente quem está do outro lado da internet não mede consequências para um encontro e o que ele vai fazer é atrair, ao máximo, a vítima, fazendo promessas e até dando presentes”, disse.
O investigador contou que quando um pedófilo se aproxima de uma criança, ele tentará conquistá-la de diversas maneiras. A principal é ofertar presentes. Ele pode, por exemplo, dar um celular com câmera e pedir que não conte aos pais. Em seguida, pedirá para a criança tirar fotos de suas partes íntimas e enviar. A recompensa: novamente presentes. “Ai eu pergunto aos pais: vocês ensinaram seus filhos a não aceitar nada de estranhos? Se a criança no primeiro momento disser 'não' a um desconhecido, é sinal de que os pais estão cumprindo o seu papel. Porém, se não existir esta orientação em casa, as consequências poderão ser graves”, disse.