Leidiane Sabino

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Belisário Gomes Pena (Billy), terapeuta responsável pela Estação Vida – Comunidade Terapêutica Feminina de Votuporanga, aproveitou a entrevista de ontem na Rádio Cidade para falar sobre as atitudes violentas de alguns dependentes químicos.

“Vivendo à margem da sociedade, o dependente não pode se expor. Nos grupos que passa a conviver prevalece a violência e ele também passa a ter atitudes violentas na rua e em casa. Quando se perde o respeito pelas pessoas, a violência passa a acontecer”, disse. 

Além disso, Billy destacou que há também a possibilidade de começarem os roubos dentro e fora de casa para conseguir o dinheiro da droga. 

O terapeuta disse ainda que dificilmente o dependente quer ir para o tratamento. “A pessoa vai quando a corda aperta o pescoço, é a pressão da família, da sociedade, do traficante, a polícia que quer prender, ele fica sem saída e resolve mudar de vida”.

O modelo de comunidade terapêutica recebe pessoas que querem mudar de vida. “Antes de ir, a pessoa passa por uma triagem, se necessário, consulta médica e recebe algum medicamento para se estabilizar. Dentro da comunidade tem regras, normas de convivência. Lá, ele ainda tem a vontade de usar droga, mas como está com pessoas que passaram pelo mesmo problema que ele, que tem conhecimento, que tem suporte para ajudar, não parte para a violência e sim para o diálogo”, contou Billy. 

Billy acredita na recuperação, independe da idade do dependente. “Existe a recuperação, já tive pessoas de 70 anos de idade fazendo tratamento comigo e que teve bons resultados. Vai depender da boa vontade da pessoa e do apoio da família. Para Deus, nada é impossível”.

Ele ressaltou que em alguns casos a internação involuntária é necessária. “A família manda internar. O dependente passa por um período de desintoxicação. Normalmente, essa internação acontece quando a sua vida está em perigo e a vida de outras pessoas também está em risco”. 

A metodologia da comunidade terapêutica consiste em oração, independente da religião, fortalecimento da fé em Deus, trabalho para desintoxicar, disciplina e a conscientização. 

Há também nas cidades grupos que oferecem apoio às famílias como o Amor Exigente, Associação Antialcoólica e Narcóticos Anônimos.